Pessoas com síndrome de Down pedem escuta, inclusão e respeito

Da redação

21/03/2023 às 08h46 - terça-feira | Atualizado em 21/03/2023 às 11h30

Nesta terça-feira, 21, é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012 e faz referência aos três cromossomos no par 21, que caracterizam a condição genética. 

O lema da campanha deste ano é “Conosco, não para a gente” e reforça a importância de uma abordagem de direitos humanos para as pessoas com a deficiência.

Igualdade de oportunidade

Para a data de conscientização, as mensagens foram desenvolvidas em parceria com a Internacional da Síndrome de Down. A organização afirma que os afetados não devem ser tratados como alvo de caridade e pena, e sim como pessoas com igualdade de oportunidade.

“Escute, inclua, respeite”

Em Genebra a ONU realizou, nesta segunda feira, 20, a primeira Assembleia sobre o tema, destacando a importância da comunicação acessível para garantia da inclusão.

O encontro na cidade suíça marcou a divulgação do documento “Escute, inclua, respeite”, elaborado por mais de 1,5 mil pessoas com deficiência e seus familiares de mais de 100 países. O material serve de guia para inclusão significativa dessa população.

A taxa global de nascimentos de bebês com a síndrome de Down é de um entre mil ou até 1,1 mil nascidos vivos. As Nações Unidas estimam que, anualmente, entre 3 mil e 5 mil crianças venham ao mundo com a condição.

A causa é um cromossomo 21 a mais, que resulta em deficiências físicas e intelectuais.

Inclusão

Na visão da fundadora da ONG Nosso Olhar, Thaissa Alvarenga, a socialização e inclusão desses indivíduos deve ser trabalhada desde o berço familiar até a vida adulta. E quem convive também deve aprender mais sobre as pessoas com Down.

“No Brasil, temos a Lei de Cotas. Porém, para várias pessoas, essa realidade ainda é distante. Pessoas sem deficiência também devem ter a disposição de aprenderem para que a diversidade seja colocada em prática, assim a inclusão pode ser de fato trabalhada em todos os ambientes. Devemos promover e orientar. Para inclusão acontecer, devemos mobilizar o setor público e privado, unido com o terceiro setor”, avaliou. Thaissa atua pela garantia da capacitação, inserção no mercado de trabalho, independência financeira e autonomia das pessoas com deficiência.

@cliff-booth/pexels

PELO FIM DO PRECONCEITO

O preconceito, infelizmente, existe em todas as partes do mundo e pode ser combatido de diversas formas e por diversos meios. Para o ativista pelos direitos das pessoas com deficiência Antonio Sestaro ainda há muito preconceito, não só no Brasil, mas no mundo, em relação às pessoas com síndrome de Down. “Mas avançamos muito. Nos últimos 30 anos, principalmente depois da Convenção da ONU, e mais recentemente, a partir de uma educação que permite que as crianças com Down estejam junto com as demais, a sociedade avançou”.

O jornalista, radialista e escritor Paiva Netto ensina que "o ser humano é o Capital de Deus. Não pode ser desprezado nem sofrer descrédito". E essa valorização de quem tem a Síndrome de  Down deve partir especialmente dos familiares, desde quando se descobre o distúrbio. E na edição 232 da revista BOA VONTADE do ano 2012, deixou as suas considerações a respeito do assunto: “O tema remete-nos ao respeito às diferenças, passo primacial para o surgimento da tão sonhada Sociedade Solidária, Altruística e Ecumênica”.

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Com informaçõs da Agência Brasil e das Nações Unidas