
Entidades de defesa do consumidor dão dicas para evitar problemas na Black Friday
Agência Brasil
27/11/2014 às 15h46 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Nesta sexta-feira, 28, ocorre a quinta edição da Black Friday no Brasil. Durante 24 horas, sites e lojas vão oferecer descontos em diversos itens. Porém, é importante tomar cuidado! Algumas instituições estão desenvolvendo iniciativas e orientando os consumidores para que as compras ocorram sem problemas.
Para evitar futuras dores de cabeça, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para a questão da pesquisa. O advogado Christian Printes lembra que o anúncio do evento é feito antecipadamente e o consumidor tem tempo para analisar os valores antes de comprar. Além de saber se a promoção é realmente boa, a pesquisa ajuda a identificar se o comerciante não está "maquiando" o preço. “Algumas lojas aumentam o preço antes de aplicar o desconto e isso acaba prejudicando o consumidor justamente porque ele não consegue ter o desconto efetivo”, explica.
Caso essa prática seja identificada, o consumidor pode procurar os órgãos de defesa do consumidor de sua cidade. “Copie as telas [durante a pesquisa], no dia da Black Friday também, para que possa verificar quais são os preços oferecidos antes e o que estão oferecendo no dia”, orienta o advogado. As imagens servem também de prova para uma possível denúncia. Printes ainda explica que as regras previstas no Código de Defesa do Consumidor com relação à troca de produtos defeituosos e prazos de entrega, por exemplo, continuam sendo aplicadas mesmo durante o período de promoção.
Além disso, procure checar a situação da loja para saber se ela pode estar em situação de falência. Para isso, o consumidor poderá consultar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na página da Serasa Experian. O site disponibiliza o serviço, gratuitamente, somente durante o evento. Karla Longo, gerente do Serasa Consumidor, diz que a ideia é evitar golpes de empresas desconhecidas pelo consumidor e explica como funciona o recurso. “Coloca o [número do] CNPJ da empresa que você quer consultar e vão aparecer alguns dados como razão social, protestos, cheques sem fundo, ações judiciais, endereços.”
Outra dica importante é não comprar por impulso, para evitar a inadimplência. “É muito importante planejar. Olhar o que realmente precisa e não ficar tentado a comprar só porque o preço está bom. Então, é importante saber quanto você pode gastar e fazer uma lista do que pretende comprar”, diz a representante da Serasa, que orienta também pesquisar preços em locais diferentes.
Para coibir violações por parte dos sites, o Procon do Distrito Federal vai fazer uma espécie de blitz em diferentes páginas. De acordo com a assessoria da entidade, no ano passado, foram fiscalizados 50 sites e registrados 33 autos de infração. Os brasilienses podem pedir orientação também pelo número 151. Na unidade paulista do Procon, o atendimento será feito por uma equipe que estará de plantão durante toda a noite. “A ideia de fazer um atendimento em tempo real é que o consumidor, às vezes, tem uma dúvida ali na hora. Então seria adicionar essa possibilidade de esclarecimento em tempo real”, conta Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP. As redes sociais também serão aliadas no contato com a unidade que disponibilizou a hashtag #BlackFridaynamiradoProconSP.
Pedro Eugênio é o criador do site oficial do evento no Brasil e fundador do Busca Descontos,página que trouxe a Black Friday para o país. Ele explica que nem todos os produtos dos sites participantes entram na promoção, então é preciso verificar antes de comprar. Ele sugere também que o consumidor evite os horários de maior volume de visitas aos sites. “Tentar fugir dos horários de pico da Black Friday, que é à meia-noite de quinta, na hora do almoço na sexta e a partir das 18h da própria sexta. Fazendo isso, pesquisando a loja em que vai comprar e o preço do produto, a chance de fazer um grande negócio é muito alta”.
O Dia Mundial dos Descontos conta também com um código de ética que deve ser seguido pelas lojas participantes. Só no ano passado, o comércio eletrônico atingiu a marca de R$ 424 milhões em vendas. Segundo Pedro, para este ano a ideia é superar a marca dos R$ 700 milhões.