Combater as drogas fortalece não só indivíduos, mas também as famílias

“A droga é uma violadora da própria dignidade humana de quem a consome”, afirma Rogério Lima de Aguiar, representante da ONG Aldeias Infantis SOS Brasil.

Wellington Carvalho

06/01/2015 às 18h16 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

saude.blogspot.com


O jornalista, radialista e escritor Paiva Netto ensina, há décadas, que “a família é o esteio bendito das Almas em evolução”. É primeiramente nela que os projetos de reencarnação se concretizam; o núcleo em que, como Espíritos Eternos, evoluímos, ao passo que aprendemos a conviver em Humanidade, desenvolvendo as elevadas capacidades de amar, respeitar, trabalhar digna e eticamente, entre tantas outras. Por isso ser importante a plena preservação dessa instituição divina que nos conduz ao Bem. Se não cuidada, os resultados podem ser totalmente inversos.

Romper os sentimentos de conflito, raiva, rancor, ódio e tantos outros, assim como promover o constante diálogo, são medidas importantíssimas para que os familiares tenham uma convivência sadia. Você já parou para pensar como alguns atos individuais têm impacto profundo em outras pessoas? O uso de drogas, por exemplo, pode afetar não só a saúde de um indivíduo, mas de toda a família — daí a necessidade de se evitar e combater tal prática.

Ao programa Sociedade Solidária*, da Boa Vontade TV, Rogério Lima de Aguiar, representante da ONG Aldeias Infantis SOS Brasil, explicou que parte das crianças e adolescentes do País acaba destinando-se a instituições de acolhimento, ou seja, deixam o convívio familiar, por conta das drogas. Isso ocorre porque muitas famílias negligenciam o indivíduo, já que não encontram soluções para lidar com os problemas que surgem com o vício, como a venda de objetos da própria casa.

De acordo com o especialista, a relação do acolhimento institucional com o consumo de droga no Brasil é tão forte que reflete-se nas situações em que os filhos começam a utilizar e os pais também tornam-se escravos do vício — inclusive de bebidas alcoólicas. “Hoje, o Conselho Nacional do Ministério Público apresenta uma porcentagem importante de crianças e adolescentes acolhidos, devido às consequências resultantes do consumo. (...) E os pais também acabam se enveredando.” Logo, o uso das drogas pode levar todos os integrantes de uma mesma família a um barco furado.

Como resultados, “as crianças acabam tendo experiências de rua, de incidência de abandono escolar, de violação de direitos, de exposição a riscos sociais e psicológicos contundentes, e aí se torna necessário o acolhimento delas (...) em instituições da sociedade civil, como um orfanato”, detalha Rogério. No caso da ONG por ele representada, que promove ações na defesa e garantia dos direitos do público infantojuvenil em risco social, uma criança excluída do seu convívio familiar, por exemplo, passa a “viver sob os cuidados de uma cuidadora residente, que é popularmente conhecida como ‘mãe social’, e ali recebe todos os cuidados necessários para se desenvolver”.

Porém, o especialista ressalta que, ainda que essas medidas de acolhimento institucional sejam benéficas, não são as soluções perfeitas para a criança ou o jovem que deixa seu núcleo familiar. De acordo com Rogério, a ideia do acolhimento é de ser sempre excepcional e provisório, já que é natural — e fundamental como um direito humano —, que a criança conviva com sua família, em sua comunidade de origem.

Caso isso não seja viável, a adoção seria a medida mais proveitosa. “Entretanto, sabemos que a realidade brasileira é restrita: os candidatos a pais e mães têm os seus diversos motivos para adotar uma criança, como características físicas dela, idade, entre outros”, explica Rogério.
 

 

ARRANCAR O MAL PELA RAIZ

Prevenir o consumo de drogas, tanto lícitas como ilícitas, é medida urgente para uma boa qualidade de vida. A dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), alerta que “a prevenção e a informação são os fatores mais importantes. É muito comum que o usuário de droga, seja ela qual for, pense que tem domínio sobre ela; mas o ideal é não pensar em experimentar, não desafiar a droga”.

“A informação é muito importante não só para o jovem ou a criança, mas para a família também, já que ela acaba agindo, muitas vezes, incorretamente quando descobre o consumo dentro de casa, sendo que deveria ser um pouco mais tolerante para com o usuário. Para a prevenção, a escola também deve participar do circuito, [informando os alunos sobre os riscos das drogas]. Percebemos que, toda vez que a família e a sociedade acolhem o usuário, ele consegue se abster do vício”, completa a dra. Solange.

Não obstante, conviver num núcleo familiar sadio é essencial. E isso não se restringe a posições socioeconômicas. Rogério Lima de Aguiar exemplifica o que é necessário em cada lar para uma vida bem-sucedida a seus componentes, afirmando que “boa família não é obrigatoriamente abastada, bem remunerada. É a família que tem afeto e que sabe enfrentar os desafios da vida com responsabilidade, afetividade, compreensão e amor”.

Arquivo
um presente de Deus, para agradecer a Jesus pelas bênçãos concedidas.

Em consonância com esse raciocínio, é muito proveitoso expor o que o jornalista Paiva Netto enfatiza, por meio de seu artigo Pais e filhos contra a droga, publicado em centenas de jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior: “Pari passu com as políticas públicas e os cuidados médicos aos usuários em sua luta contra a dependência química, não se pode deixar de lado a devida valorização da família — a atenção dos pais e responsáveis com as companhias de seus filhos e a imprescindível presença da Espiritualidade Ecumênica no diálogo entre pais e filhos”.

Eis, portanto, uma das inúmeras razões pelas quais a família deve ser valorizada, como o faz a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo com suas diversas ações solidárias, a exemplo da Caravana da Família e do Encontro Ecumênico Família: um presente de Deus. São momentos de grande aprendizagem espiritual para lidar com os desafios da vida e receber de Jesus, o Divino Amigo, a força e o amparo necessário para vencê-los. Você também tem a chance de ser feliz na Religião do Terceiro Milênio: frequente a Igreja Ecumênica mais próxima de você!

SOLIDARIEDADE

Vale salientar que, no caso de ser reconhecido que alguma criança sofre negligência de direitos por parte de seus familiares, como ato de cidadania, deve-se comunicar a situação ao Disque 100 (Disque Direitos Humanos), ou aos Conselhos Tutelares regionais e Ministério Público da cidade.
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*Pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV), o programa Sociedade Solidária vai ao ar de segunda a sexta-feira às 18h30 e às 23h30, e aos domingos às 6h30 e às 20 horas.