
Aumento do IOF nas operações de crédito vale a partir desta quinta-feira, 22
Rafael Bruno Abrantes Ferro
21/01/2015 às 15h45 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04
O decreto, publicado nesta quarta-feira, 21, começa a valer a partir de amanhã, 22, e eleva de 1,5% para 3% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito para as pessoas físicas. O aumento faz parte do conjunto de quatro medidas anunciadas na última segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em estratégia do governo para elevar a arrecadação e melhorar o superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública).
De acordo com o ministro, o objetivo é obter, neste ano, R$ 20,6 bilhões em receitas extras. A maior arrecadação virá da elevação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis e do retorno da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Outra medida é o aumento do PIS e da Cofins sobre os produtos importados. A alíquota subirá de 9,25% para 11,75%. O governo decidiu aumentar também o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o atacadista e equipará-lo ao industrial.
AUMENTO DO IOF — O QUE MUDA PARA O CONSUMIDOR?

A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) criou uma simulação de financiamento levando em consideração a elevação do IOF, com dois cenários possíveis. No primeiro, antes da elevação do IOF, o financiamento de automóvel em 12 meses — no valor de R$ 25 mil e com taxa média de juros de 1,84% ao mês — o consumidor pagaria parcelas mensais de R$ 2.384,83, totalizando um valor de R$ 28.617,96. Com a elevação para 3%, o consumidor passará a pagar parcelas de R$ 2.419,94, totalizando um valor de R$ 29.039,28. Ou seja, uma diferença de R$ 35,11 na prestação e de R$ 421,32 no total do financiamento.
A Anefac não fez uma simulação para prazos acima de 12 meses porque a elevação do IOF se limitou a prazo de até 365 dias. Com isso, informou, o financiamento de prazo superior a um ano será mantida a alíquota anterior do IOF (1,5%).
Em outra simulação, a Anefac mostra a elevação do IOF para casos de empréstimo pessoal em financeira em também 12 meses. No primeiro cenário, empréstimo de R$ 2 mil ficaria com taxa média de juros de 7,34% ao mês, parcelas mensais de R$ 261,20 e pagamento final equivalente a R$ 3.134,52. Com a elevação do IOF, o consumidor passará a pagar pelo mesmo empréstimo parcelas de R$ 265,05 com valor total de pagamento (do empréstimo) equivalente a R$ 3.180,60. Isso representa R$ 46,08 a menos no bolso do trabalhador já que a prestação subirá mensalmente R$ 3,84.
A mesma simulação foi feita para o crédito rotativo do cartão de crédito. Para as pessoas que gostam de parcelar o pagamento da fatura, uma compra de R$ 3 mil, com taxa média de juros de 11,22% ao mês antes custava de R$ 351,69 (juros mais IOF). Agora, o consumidor passará a pagar um valor de R$ 355,38 (juros mais IOF).