Atriz e diretora Marília Pêra volta à Pátria Espiritual
Da redação
05/12/2015 às 12h02 - sábado | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Ana Paula Migliari/Arquivo TV Brasil
A atriz, cantora, diretora e coreógrafa Marília Pêra
A atriz, cantora, diretora e coreógrafa Marília Pêra voltou à Pátria Espiritual na manhã deste sábado, 5, na capital fluminense. Aos 72 anos, ela estava afastada do trabalho para tratar de um desgaste ósseo na região lombar e, há dois anos, lutava contra um câncer no pulmão. Em sua brilhante carreira, atuou em mais de 50 peças, quase 30 filmes e 40 novelas, além de minisséries e programas de televisão.
Nascida em 22 de janeiro de 1943, no bairro do Rio Comprido, na capital fluminense, ela teve sua primeira participação no teatro quando ainda era bebê — ela fez figuração numa peça. Já aos quatro anos, encenou com os pais no espetáculo "Medeia". Outro talento da atriz é a dança: entre os 14 e 21 anos, atuou como bailarina em musicais. Nesse período, atuava com destaque em uma peça teatral que viajou pelo Brasil e foi até a Portugal. Em 1965, veio o convite para integrar o elenco inicial da TV Globo, onde foi protagonista em produções que marcaram época, a exemplo de "A moreninha".
Em abril de 1985, ao conceder entrevista à revista Boa Vontade, a talentosa atriz destacou: "Já ouço falar da LBV há muitos anos, desde a época de Alziro Zarur. Acho que todo trabalho que envolva pessoas dispostas a ajudar o próximo é positivo, bonito e muito interessante".
Treze anos mais tarde, em 1998, Marília foi homenageada na 14ª edição do Prêmio Master, na categoria atriz, no Rio de Janeiro, RJ. Naquela edição, a láurea também foi entregue ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, pelos trabalhos de promoção humana e social. Por conta disso, a atriz fez questão de ressaltar: "A Legião da Boa Vontade só faz o bem, então, nada mais louvável do que seu Presidente receber o Master".
A LBV e seu dirigente enviam as mais sinceras vibrações ao espírito eterno desta querida atriz, extensivas aos filhos, Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena, ao marido, Bruno Faria, a todos os outros parentes e amigos.
Advogado Rodrigo Cabrera lança livro sobre finanças
Da redação
04/12/2015 às 19h16 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Diante dos desafios financeiros que o Brasil atravessa, o advogado e escritor Rodrigo Cabrera, de São José dos Campos – cidade do Vale do Paraíba —, lançou seu mais novo livro A chave secreta para atravessar 2015 / 2016 / 2017 com lucratividade e crescimento (Coffe Post Studio), com dicas financeiras.
Gentilmente, o autor encaminhou um exemplar da obra ao dirigente da Legião da Boa Vontade com a seguinte mensagem: “Ao jornalista e escritor José de Paiva Netto, sem saber, minha vida mudou por sua causa, sua sabedoria e fé. Obrigado”.
Chefe da ONU lista quatro critérios para o sucesso da COP21
Da redação
30/11/2015 às 16h11 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
ONU/Rick Bajornas
Secretário-geral, Ban Ki-moon, em Paris.
Começou nesta segunda-feira, 30, a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP21), com o secretário-geral da organização lembrando a mais de 150 líderes mundiais que todos estão em Paris para "escrever o roteiro para um novo futuro".
Segundo Ban Ki-moon, esse futuro deve ter mais prosperidade, segurança e dignidade para todos. Ele acredita que um momento político como esse pode não aparecer de novo e destacou que o mundo nunca enfrentou um teste assim, mas também nunca encontrou uma oportunidade tão boa para a mudança.
INTERESSE
O chefe da ONU lembrou que uma ação climática faz parte do interesse nacional de todos os países representados na conferência.
Ban Ki-moon disse que o tempo de manipulação acabou e pediu que seja construído um regime duradouro sobre o clima, com regras claras para um caminho que todos os países concordem em seguir.
Para o secretário-geral, o mundo precisa ver que os líderes seguem para um caminho de baixas emissões, um futuro de resiliência climática e que não há caminho de volta.
LIMITE
Segundo Ban, mais de 180 países submeteram planos nacionais sobre o clima, que cobrem quase 100% das emissões globais de gases. Para ele, este é um bom começo, mas é preciso ir mais longe e mais rápido, porque a meta é limitar o aumento da temperatura média global a menos de 2 graus Celsius.
O chefe da ONU disse que a ciência é clara: mesmo um aumento de 2 graus na temperatura trará sérias consequências para a segurança alimentar, a água, a estabilidade econômica e a paz internacional.
Por isso é necessário um acordo universal e significativo em Paris. Para isso, Ban mencionou quatro critérios para o sucesso da COP21.
Primeiro: o acordo precisa ser duradouro, mandando um sinal claro aos mercados de que é inevitável uma transformação econômica global ligada a baixas emissões de gases que causam o efeito estufa.
SOLIDARIEDADE
O segundo critério tem a ver com o dinamismo do acordo, que precisa acomodar mudanças na economia global, com um balanço entre liderança dos países desenvolvidos e maior responsabilidade das nações em desenvolvimento.
O terceiro ponto para o sucesso é um acordo que inclua solidariedade com os pobres e mais vulneráveis. O quarto critério apontado pelo secretário-geral da ONU tem a ver com credibilidade.
Para Ban Ki-moon, a ambição atual precisa ser o piso e não o teto para esforços futuros. Ele quer que todos os países concordem com metas sobre a redução das emissões que levem em conta a flexibilidade para países em desenvolvimento.
FINANCIAMENTO
Sobre as nações desenvolvidas, Ban pede que cumpram a promessa de mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020. E esse valor deve ser o piso dos compromissos financeiros após 2020.
Aos líderes mundiais reunidos na COP21, o chefe da ONU lembrou que não podem haver atrasos e que o mundo não pode suportar nenhuma indecisão ou "meias medidas" – a meta deve ser a transformação.
Ban Ki-moon citou investidores e empresários inovadores que já buscam uma economia amiga do clima e falou também sobre as populações que já saíram às ruas pedindo mudança.
O secretário-geral da ONU terminou seu discurso na COP21 dizendo que "a História está chamando e que os chefes de Estado precisam responder com coragem e visão".
______________________________________________ Com informações da Rádio ONU
Super Rádio Brasil e Momento Esportivo concorrem a Prêmio Rádio Rio
Da redação
26/11/2015 às 17h42 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Divulgação
A Super Rádio Brasil AM 940/RJ (emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio) e o programa Momento Esportivo estão concorrendo ao Prêmio Rádio Rio nas categorias “Melhor Rádio” e “Melhor Programa de Rádio”. Os vencedores serão anunciados no dia 10 de dezembro, no Rio de Janeiro, RJ.
O Prêmio Rádio Rio surgiu em 2009 para manter a memória do rádio viva, promover a união das emissoras, e premiar os profissionais que se destacaram no ano.
Lama com rejeitos de mineração chega ao mar do Espírito Santo
Da redação
23/11/2015 às 19h31 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Paulo Araújo/Ministério do Meio Ambiente
Lama de barragem que se rompeu em Minas avança sobre o mar no Espírito Santo
Após passar por trecho do Rio Doce, a lama com rejeitos de mineração que vazou após o rompimento da barragem de Mariana/MG já adentrou o mar do Espírito Santo.
A prefeitura de Linhares/ES interditou as praias de Regência e Povoação. Placas foram espalhadas ao longo das praias informando que a água está imprópria para o banho. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a lama deve se espalhar por uma parte grande no mar.
As boias de contenção instaladas às margens do Rio Doce para proteger a vegetação na foz [ponto de desaguamento no mar], no vilarejo de Regência, próximo à cidade de Linhares, não conseguiram conter completamente a lama de rejeitos do desastre de MG.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou ainda que o governo está trabalhando para reduzir os impactos no Rio Doce e no oceano. “Nós estamos desde sábado trabalhando em parceira com o Espírito Santo e com a prefeitura de Linhares. Abrimos um canal na foz do rio, que está assoreado, para facilitar a dispersão da lama”, informou. "Os peixes de superfície conseguiram migrar para alguns rios tributários, mas estão morrendo, e a fauna ribeirinha também foi impactada".
RELEMBRE O CASO
No dia 5 de novembro, uma barragem se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais, e inundou a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração.
Barragens como a que se rompeu em Minas são feitas para reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que há pelo menos 13 desaparecidos e que uma pessoa morreu.
A Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo ora pelos desabrigados e desalojados dessa grande tragédia, bem como aos seus familiares e amigos, pedindo as bênçãos do Pai Celestial àqueles que enfrentam esse desafio. Integre a Poderosa Corrente Ecumênica de Oração por meio da Prece do Pai-Nosso, a Oração Ecumênica de Jesus*:
Pai Nosso, que estais no Céu,
Santificado seja o Vosso Nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa Vontade
Assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia
Dai-nos hoje.
Perdoai nossas ofensas,
Assim como nós perdoarmos
Aos nossos ofensores.
Não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal,
Porque Vosso é o Reino,
E o Poder e a Glória
Para sempre. Amém!
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*Nota de Paiva Netto, presidente-pregador da Religião do Amor Universal: Todos podem rezar o Pai-Nosso. Ele não se encontra adstrito a crença alguma, por ser uma oração universal, consoante o abrangente Espírito do Cristo Ecumênico. Qualquer pessoa, até mesmo ateia (por que não?!), pode proferir suas palavras sem sentir-se constrangida. É o filho que se dirige ao Pai, ou é o Ser Humano a dialogar com a sua elevada condição de criatura vivente. Trata-se da Prece Ecumênica por excelência.
23/11/2015 às 15h32 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Vivian R. Ferreira
Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.
Confira nesta reportagem a opinião da supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico. É doutoranda e mestre em Educação pela PUC-SP, conferencista e apresentadora do programa Educação em Debate, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, Suelí Periotto, sobre cidadania solidária e ecumênica.
Vivian R. FerreiraSuelí Periotto.
BOA VONTADE — De que maneira as escolas da LBV despertam o interesse de crianças e jovens em adotar uma postura sustentável?
Suelí Periotto — Desde cedo, incentivamos os alunos, por meio da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (saiba mais sobre essa proposta educacional na p. 84), idealizadas por Paiva Netto, a ter uma postura de criticidade, de modo que tudo que aprenderem e em que se envolvam não seja benéfico somente para si, mas também para a sociedade. Se construirmos essa criticidade e mentalidade de proteção ao planeta — que se dá também nas relações com o próximo, em como nos posicionamos na vida daqueles que nos rodeiam —, formaremos cidadãos ambientalistas, independentemente da área em que atuarão, que se preocupam com suas ações para que elas não afetem de maneira negativa nosso orbe.
BV — O mercado de trabalho tem passado a valorizar os bens intangíveis, os do intelecto, os da criatividade... Como a Pedagogia da LBV prepara os educandos para essa realidade?
Suelí Periotto — Tornar o educando partícipe de discussões é um de nossos focos, porque, se ele souber discutir, saberá também sugerir e respeitar. Essa interação favorece o desenvolvimento dos valores. Se há perspectiva de um coração bem formado, além da intelectualidade reforçada, temos mais possibilidades de a sustentabilidade do planeta ocorrer naturalmente, não por imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte. Ao formar-se cérebro e coração, ou seja, raciocínio e sentimento, como apregoa o educador Paiva Netto, haverá inteligência para novas criações e sensibilidade para que se pense em soluções transformadoras e inovadoras.
“Se há perspectiva de um coração bem formado, além da intelectualidade reforçada, temos mais possibilidades de a sustentabilidade do planeta ocorrer naturalmente, não por imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte.”
BV — A escola também precisa incluir o diferente e lidar com ele.
Suelí Periotto — O trabalho educacional da LBV preconiza a Cidadania Ecumênica e Planetária. Temos em nossas unidades situações de alunos vindos de outros países da América Latina, de religiões diversas, com deficiências físicas, e, ali, todo o trabalho é realizado para o bem-estar desses estudantes, não só por meio da estrutura do ambiente, como também da motivação para que eles exponham o que pensam. Esse convívio é muito salutar, porque, ao se olhar para o outro, não se enxergam apenas aspectos físicos ou deficiências, mas aquilo que ele tem de melhor, e isso favorece o relacionamento escolar e ajuda a promover uma mudança: a transformação da sociedade.
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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.
ESPECIAL COP21 — A importância de investir em fontes renováveis
Da redação
23/11/2015 às 15h26 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Shutterstock
Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.
Confira nesta reportagem a opinião da coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, Bárbara Rubim, sobre a importância de investir em fontes renováveis.
Vivian R. FerreiraBárbara Rubim.
BOA VONTADE — O setor energético aumenta as emissões de gás carbônico na atmosfera?
Bárbara Rubim — É, hoje, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil. Só fica atrás do uso do solo — responsável por boa parte do desmatamento —, mas já existem estudos que mostram que, nos próximos trinta anos, ele será o maior emissor que teremos. Portanto, o setor energético possui papel relevante nas mudanças climáticas.
BV — Quais são as energias renováveis mais viáveis para o nosso país?
Bárbara Rubim — Tirando-se as hidrelétricas, que são renováveis, mas não sustentáveis, por todas as consequências que elas geram — por exemplo, nas comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia —, há outras fontes renováveis, como a energia eólica, a solar e a da biomassa, e o Brasil é riquíssimo em todas elas. Nos últimos quatro anos, temos visto o crescimento da energia eólica na nossa matriz energética, mas a energia solar, que é uma fonte abundante no país — ninguém duvida de que ele é um “país tropical, abençoado [por Deus e bonito] por natureza” — e que poderia estar gerando eletricidade na casa de todos os brasileiros, segue esquecida e ignorada (...). O Greenpeace trabalha com a meta de 100% de energia renovável na nossa matriz energética até 2050. Isso é possível tecnicamente. O exemplo da Alemanha é marcante, porque o melhor lugar naquele país para a utilização da energia solar é 20% pior do que o pior lugar no Brasil. Mesmo assim, eles têm dez milhões de alemães sendo beneficiados por essa fonte de energia, enquanto o Brasil acabou de bater o recorde de 700 sistemas instalados — uma diferença grande.
“(...) a energia solar, que é uma fonte abundante no país (...) e que poderia estar gerando eletricidade na casa de todos os brasileiros, segue esquecida e
ignorada (...).”
BV — Qual é o principal papel da sociedade civil neste momento?
Bárbara Rubim — O principal papel da sociedade brasileira é, de fato, o de acompanhar as negociações que estão acontecendo no mundo, os comunicados do Ministério das Relações Exteriores — que está cuidando da elaboração da nossa INDC [Intended Nationally Defined Contribution, na sigla em inglês, ou Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida] —; e o de pressionar o governo para que ele seja ambicioso no estabelecimento dessa meta. Não podemos mais acreditar que não temos poder de mudança, porque temos, sim.
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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.
23/11/2015 às 15h11 - segunda-feira | Atualizado em 04/07/2017 às 09h26
reciclagemesucata.com
Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.
Confira nesta reportagem a opinião da empreendedora e fundadora da FazINOVA, escola de empreendedorismo e habilidades, Bel Pesce, sobre protagonismo socioambiental
Vivian R. FerreiraBel Pesce.
BOA VONTADE — Qual é a proposta da FazINOVA?
Bel Pesce — Ela é uma escola bem diferente. A gente ajuda pessoas de todas as idades a realizar todos os tipos de sonho. Há diversos cursos que mostram ferramentas e conteúdos que podem auxiliar a transformar ideias em projetos de verdade, com liderança, autoconhecimento, produtividade, negociação, visão, iniciativa e criatividade.
BV — O que é necessário para iniciar um projeto?
Bel Pesce — É essencial ter perseverança, porque as coisas não dão certo de primeira. É sempre mais complicado do que se imagina. Precisa ter determinação. Qualquer pessoa que quer ser protagonista da sua própria vida tem de ser resiliente, porque são muitos passos e tropeços.
“Qualquer pessoa que quer ser protagonista da sua própria vida tem de ser resiliente, porque são muitos passos e tropeços.”
BV — Como o empreendedorismo pode colaborar no desafio global de progredir com sustentabilidade?
Bel Pesce — O empreendedor, para mim, é alguém que olha para o mundo, encontra necessidades reais e cria produtos ou serviços que as atendam. Sustentabilidade é uma necessidade real; portanto, para quem está procurando oportunidade, algo [com] que possa trabalhar, que realmente vai tocar vidas, pode ser um pilar importante e gerar diversas ideias de um empreendimento que agregue o que se precisa no mundo. (...) Grande parte dos desafios de sustentabilidade tem a ver com o uso inadequado de recursos, e isso é possível mudar. Trata-se de um assunto que mexe com conscientização, exemplos e novas soluções.
BV — Que novas práticas implantadas pelas empresas têm contribuído para uma relação mais equilibrada entre o ser humano e a Natureza?
Bel Pesce — Eu tenho visto embaixadores de sustentabilidade dentro das empresas. E quando falo em sustentabilidade, é geral, não só [relativamente à] Natureza; são todos os recursos, até mesmo o uso do tempo do funcionário. Estive em uma conferência (...), e lá havia um desses embaixadores, que afirmou que esse “não é mais um diferencial. Os clientes querem ver isso”. São práticas que a gente está criando, desde conseguir que produtos que não estão 100% perfeitos possam ser doados até, realmente, uma interação maior com a Natureza de não desperdiçar recursos. É preciso ser uma empresa sustentável em todos os níveis.
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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.
ESPECIAL COP21 — O Brasil e a importância da energia eficiente e limpa
Da redação
23/11/2015 às 14h55 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Shutterstock
Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.
Confira nesta reportagem a opinião do doutor em Ciências Físicas, professor e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), José Goldemberg sobre a importância da energia eficiente e limpa.
BOA VONTADE — Como as mudanças climáticas podem afetar a geração de energia em nosso país?
Goldemberg — O aumento da temperatura da Terra está criando mais instabilidades nos fatores que determinam o clima, o que faz com que haja precipitações anormais em certos lugares, por isso tem havido enchentes extraordinárias, sem precedentes na China e em alguns países da Europa Oriental, e em outros lugares são secas extraordinárias, como a que estamos atravessando aqui no Brasil. (...) Havendo menos chuva, os reservatórios não conseguem ser preenchidos e algumas dessas usinas hidrelétricas param de funcionar. Esse é o caso do Estado de São Paulo, a Usina de Porto Primavera praticamente deixou de produzir energia elétrica e vários outros reservatórios na Região Sudeste estão nessa situação. Cerca de 25% da energia elétrica que é usada hoje no Brasil não provêm mais de hidroelétricas, mas de usinas que queimam derivados de petróleo.
“(...) o progresso à base do uso do carvão e do petróleo cria problemas de poluição. As despesas com saúde crescem extraordinariamente (...) por causa desse modelo de desenvolvimento. Por isso, a China está se voltando para a energia renovável.”
BV — Quais setores do Brasil precisam repensar suas estratégias?
Goldemberg — O principal é o da geração de energia, o das hidrelétricas, [para] evitar que elas sejam substituídas por usinas que queimam combustíveis fósseis. O outro é o do transporte. Cerca de 40% das emissões brasileiras vêm dele. Precisamos introduzir padrões de emissão, pois os veículos brasileiros emitem mais do que os usados no exterior. No caso da indústria, é necessário adotar medidas para modernizá-la, produzir mais utilizando menor energia, além de estimular o uso de energias renováveis, como a eólica, a solar e a biomassa.
BV — A COP 21 abre espaço para os países repensarem suas economias de forma sustentável?
Goldemberg — Certamente que sim. É claro que, para os países ricos, é fácil falar isso, porque eles usam energias em quantidades imensas, e economizar um pouco não fará grande diferença. Mas há exemplos como o da China, que está crescendo 7% ao ano e percebeu que o progresso à base do uso do carvão e do petróleo cria problemas de poluição. As despesas com saúde crescem extraordinariamente lá por causa desse modelo de desenvolvimento. Por isso, a China está se voltando para a energia renovável. No passado, o Brasil mostrou isso com o desenvolvimento de usinas hidrelétricas. Éramos exemplo para o mundo, com mais de 80% de nossa matriz energética limpa e renovável. Perdemos esse papel por causa das perdas elétricas e da seca. Temos que recuperá-lo.
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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.
ESPECIAL COP21 — Extremos climáticos e crise hídrica
Da redação
23/11/2015 às 14h39 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05
Vivian R. Ferreira
Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.
Confira nesta reportagem a opinião do climatologista, meteorologista e chefe da Divisão de Pesquisas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)**, José Antonio Marengo, sobre os extremos climáticos e a crise hídrica.
BOA VONTADE — As mudanças climáticas serão um dos grandes temas da COP 21. Como a população as percebe?
José Marengo — Estamos no inverno, mas, nos últimos meses, há recordes de temperatura alta. Segundo a Nasa [agência espacial americana], a primeira metade de 2015 foi a mais quente dos últimos cinquenta anos. É perceptível que os invernos estão mais quentes, e estamos nos adaptando sem perceber. (...) Precisamos trabalhar para que o aquecimento global não ultrapasse os 2 graus, para que os impactos sejam os menores possíveis: o degelo das calotas polares, que pode elevar o nível do mar e afetar as áreas costeiras; o impacto na biodiversidade na Amazônia, no cerrado e nos campos; as doenças tropicais, que podem ser mais frequentes; a energia [elétrica], que deve ficar mais cara... A principal causa [desse aquecimento] é o aumento na concentração de gases de efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono.
BV — Qual é o papel da Amazônia na crise hídrica?
José Marengo — Temos notas, não pesquisas científicas, de que o desmatamento da Amazônia é a causa da seca no Sudeste, mas isso não é 100%. Seria um indicador de mudança climática se [essa seca] acontecesse todos os verões durante trinta, quarenta anos. A chuva na região da seca (São Paulo e Serra da Cantareira) vem de várias fontes: da Amazônia, das brisas do Oceano Atlântico e das frentes frias. Durante dezembro de 2013 e o verão de 2014, formou-se uma bolha de ar quente sobre toda essa região. Foi como uma parede, um bloqueio. As frentes frias não conseguiram penetrar [essa barreira] e foram para o Sul. O mesmo ocorreu com as brisas. A umidade que vinha da Amazônia também não chegou ao Sudeste.
“Segundo a Nasa, a primeira metade de 2015 foi a mais quente dos últimos cinquenta anos. É perceptível que os invernos estão mais quentes, e estamos nos adaptando sem perceber.”
BV — A crise hídrica do Sudeste continuará nos próximos anos?
José Marengo — É difícil fazer uma previsão, porque, normalmente, o Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia], com o Cemaden, realiza a previsão sazonal do clima, [analisa] como ele será em três meses. As chuvas nessa região devem começar em outubro. Se isso não ocorrer, teremos uma extensão da seca. A situação pode piorar muito. Estamos esperando a primeira frente fria que consiga decretar o início da estação chuvosa. É cedo para dizer se a seca continuará ou acabará, mas, ainda assim, para encher o [sistema] Cantareira, precisaria de muita chuva, 100% acima do normal. Para recuperá-lo, mesmo que chova normalmente, levará, pelo menos, uns cinco anos.
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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.
** O Cemanden é vinculado à Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento (Seped), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)