Cigarros eletrônicos são ameaça a adolescentes e gestantes, alerta OMS

Da redação

30/08/2014 às 14h45 - sábado | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

Modelo de cigarro eletrônico, o chamado e-cigar.

Os cigarros eletrônicos, conhecidos como e-cigars, representam uma “evolução na fronteira, cheia de promessas e ameaças para o controle do tabaco”, afirmou, na última terça-feira, 26, a Organização Mundial da Saúde (OMS) no relatório Sistemas eletrônicos de nicotina.

A OMS também solicitou sua regulamentação para impedir sua propagação entre não fumantes e jovens. A evidência mostra que enquanto eles são menos tóxicos que os cigarros convencionais, o uso dos e-cigarros significa uma ameaça para adolescentes e fetos de mulheres grávidas que usam este aparelho”, afirmou o diretor de prevenção de doenças não comunicáveis da entidade, Douglas Bettcher.


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O relatório ressalta, por exemplo, que o a solução usada nesses sistemas eletrônicos não é meramente “vapor de água”, como a propaganda indica. Existem mais de 8 mil sabores diferentes, incluindo alguns afrutados, doces e que lembram bebidas alcoólicas. Para controlar sua disseminação entre jovens e um possível vício à nicotina, o relatório faz várias propostas de regulamentação, incluindo a proibição da venda de certos sabores que podem ser atrativos para crianças e adolescentes; o uso desses aparelhos em lugares fechados; o controle da propaganda para crianças e adolescentes e impedir a divulgação de mensagens cujos benefícios não possam ser demonstrados.

Entre os adolescentes, aumenta a tendência de experimentar e-cigars, segundo revela o relatório, com uma duplicação do número de usuários desse grupo entre 2008 e 2012. Além disso, a Organização ressalta que não existem evidências conclusivas de que estes sistemas ajudem aos usuários a deixarem de fumar.

Atualmente, o negócio dos e-cigars mobiliza cerca de 3 bilhões de dólares, no qual a indústria tabagista tem uma participação cada vez maior. Por isso, a OMS destaca que é importante proibir a divulgação de qualquer benefício de saúde associado aos cigarros eletrônicos que não possa ser provado e continuar investindo nos esforços de controle do tabaco.
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*Com informações da ONU Brasil.