Basquete sobre cadeira de rodas: atleta Anderson Ferreira conta sua relação com a modalidade

Wellington Carvalho

23/03/2015 às 18h29 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

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Seleção Brasileira de Basquete Sobre Cadeira de Rodas.


O esporte traz inúmeros benefícios àqueles que o praticam, como o combate ao sedentarismo, a prevenção de algumas doenças, a socialização e a melhora na qualidade de vida. No caso do atleta Anderson Ferreira Nascimento, 35, foi um grande aliado para aprender a lidar com sua deficiência física.

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Anderson Ferreira.

Anderson nasceu e mora em Fortaleza, CE. Teve paralisia infantil aos dois anos e foi aos quinze que conheceu o basquete sobre rodas, indicado por uma amiga. Ela fazia parte de uma instituição que promovia o esporte para pessoas com deficiência e o convidou a participar. “Foi lá que comecei o esporte. Me encantei com o basquete e estou aí até hoje”, afirma ao Portal Boa Vontade.

Com o passar do tempo, o atleta passou a praticar o esporte profissionalmente. Por meio do Campeonato Brasileiro de Basquetebol em Cadeira de Rodas, teve suas habilidades destacadas e foi convocado a integrar a Seleção Brasileira. Na última quinta-feira, 19, ele e a equipe, sob o comando do técnico Antônio Carlos Magalhães, foram para Toronto, no Canadá, participar de um campeonato que antecede o Parapan, a ser realizado em agosto — competição na qual o Brasil conquistou o bronze em 2007. Nesse domingo, 22, a Seleção seguiu para Santiago, no Chile, onde acontece, de 25 a 30 de março, a primeira edição dos Jogos Para-Sulamericanos.

Para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Time que representará o Brasil ainda não está definido. Mas a expectatitva de Anderson para o evento já está alta: “Ainda ocorrerão várias convocações e por isso temos que estar bem preparados; para que chegue o ano que vem e o treinador possa levar os atletas que mais acredita. Estou treinando firme para, no próximo ano, estar lá. Estamos formando uma equipe muito forte, que quer fazer história, já que o Brasil nunca conseguiu uma medalha paralímpica [nesta modalidade]”.

Para dar conta de toda a exigência dos eventos, Anderson conta que sua rotina é agitada. “Treino de quatro a cinco horas por dia, de segunda a sexta-feira. Além disso, sou treinador de uma equipe feminina de basquete, chamada ‘Guerreiras sobre Rodas’. Dou aulas a ela de manhã e faço meu treino pela tarde”.

Por falar no grupo que treina, a esposa de Anderson, Leni Lima Ferreira, é uma das integrantes. O casal se conheceu pela internet e está junto há quatro anos. Em setembro do ano passado trouxeram ao mundo o pequeno Samuel. Para o atleta, a presença de sua companheira fez e faz toda a diferença para a carreira: “O fato dela também gostar do basquete, praticá-lo facilita muito o nosso contato”.

O basquete em cadeira de rodas, que tem forte presença na história do movimento paralímpicao no Brasil, foi a primeira modalidade praticada no País, a partir de 1958. Apesar da popularidade, a estreia da Seleção masculina foi nos Jogos de Heidelberg, em 1972, seguida pela feminina, que demorou um pouco mais para participar da competição, apenas em Atlanta 1996. A melhor colocação brasileira na modalidade foi o oitavo lugar em Atlanta 1996 e Pequim 2008, com a equipe feminina. O Portal Boa Vontade deseja ao Anderson e a toda seleção da modalidade bons treinos para que conquistem o lugar mais alto do pódio no Rio 2016. =)