Tite é apresentado como técnico da Seleção Brasileira

André Gonçalves

21/06/2016 às 09h04 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

Tite concedeu nesta segunda-feira, 20, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a primeira entrevista coletiva como técnico da Seleção Brasileira. Após uma semana de negociações, o novo comandante respondeu a várias perguntas dos jornalistas. Em relação a Neymar, não garantiu o craque como capitão da equipe.

Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Na entrevista coletiva, Tite falou em respeitar o DNA do futebol nacional e não garantiu Neymar como capitão da Seleção Brasileira.

Confira os principais trechos da entrevista:

TREINAR A SELEÇÃO
"A maneira que tenho de contribuir é mantendo a minha autonomia para buscar o melhor para a Seleção Brasileira. Os adjetivos de democratização, transparência e modernização permanecem como conceito em todas as áreas, seja na minha, na política ou na sociedade em geral. É o que penso não do futebol, [mas] da vida."

POR QUE NESSE MOMENTO?
"A vida tem um timing, a oportunidade veio agora. Entendi que deveria aceitar para fazer parte da minha carreira, talvez o meu melhor momento na vida profissional. (...) Momento ideal não tem, mas coragem para assumir em um momento tão importante."

SELEÇÃO OLÍMPICA 
"Vamos fazer um trabalho no que buscamos como primeiro objetivo, que é classificar para a Copa do Mundo. Então, [vou] dar [oportunidade] ao Rogério Micale e aos outros profissionais que já estão há um ano e meio trabalhando. Todos têm uma trajetória profissional. Respeito o Rogério e a possibilidade maior de sucesso é com ele."

ELIMINATÓRIAS 
"O foco é a classificação para o Mundial e nós não estamos em uma zona de classificação. Corre-se o risco? Claro que corre! Se não aceitar isso, está fugindo da realidade. Equipes se montam, se formam, se consolidam e crescem."

NEYMAR
"Temos de interagir, não posso prever. O lado humano potencializa o profissional. Cheguei aqui com a perna tremendo. O que posso garantir é que o Neymar quer o melhor para a Seleção Brasileira, cabe a nós encontrar e potencializar esse melhor caminho."

TÁTICAS 
"Triangulações, troca de passes, transições, ou seja, perde a bola e toma a iniciativa de retomar. Pressão alta, média e baixa, tem de saber jogar dessas três formas. Organização consistente na bola parada. Tenho de me reinventar, é um ambiente diferente de clube. Quero um dia para conversar com os técnicos brasileiros e ouvir sobre jogadores com possibilidade de convocar, suas características, como é o dia a dia do trabalho. Preciso saber onde o atleta pode se adaptar."

GERAÇÃO 
"[Temos] grandes atletas, jogadores de qualidade técnica e individual e, o mais importante, com potencial de crescimento." 

CAPITÃO
"A gente pode divergir de ideias, é da vida. Todos têm uma responsabilidade em cima da performance. Essa é a grande marca de uma equipe de futebol. E essa mudança de capitão te traz isso, porque existem diversos perfis de liderança: a técnica, a comportamental, a de externar ao público certas questões, aquele que é exemplar na parte disciplinar. Quero fomentar essa relação. Ganhou um, ganham todos, a alegria de um é de todos. Phil Jackson [NT: técnico de basquete, seis vezes campeão da NBA com o Chicago Bulls e cinco com o Los Angeles Lakers] fala isso no livro dele.  A marcação de um com a qualidade de outro. Senso de equipe, seja no clube ou na Seleção Brasileira"

PRINCÍPIOS 
"Respeito as posições contrárias, é a melhor maneira que tenho para dar uma contribuição. (...) Os meus princípios continuam na minha atividade, mas não me cabe julgar outras áreas. Posições contrárias são do jogo, da vida."

OBJETIVOS 
"Não é o que penso ser o melhor, é saber onde eles podem render melhor, potencializar isso com o lado humano, de senso de equipe. Não tem de ter a cara do Tite, mas a cara do Brasil, dos atletas que estão dentro do campo, da qualidade técnica e da competitividade. Tem muito transição, muita rapidez com a base da Seleção Brasileira. Essa é a minha função."

EXCLUSÃO DE OUTROS ATLETAS 
"Não tenho essa situação definida. Tenho como ideia. Situações passadas, borracha apagada. A relação passa a ser comigo, com cada atleta que eu entender ser importante."