Por que sentimos mais fome no inverno?

É importante seguir com uma alimentação balanceada! Por isso, dê preferência a alimentos mais leves, como sucos, frutas, sopas e legumes.

Karine Salles

08/06/2015 às 19h47 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Shutterstock

Com o friozinho que está fazendo nos últimos dias em várias regiões brasileiras, é bastante comum nos rendermos às delícias típicas desse período: chocolates-quentes, caldos, sopas. Nesta e em todas as épocas, é imprescindível lembrar que a alimentação deve ser equilibrada. A "necessidade" de comer toda hora, comum neste período, é responsável pelo aumento de peso, que geralmente ocorre no inverno. Afinal de contas, a gente sempre acha que não tem problema, só um dia, comer uma bobeirinha ou outra. É comum observar, então, o aumento no consumo de gordura, açúcares e alimentos mais calóricos que parecem ter sido feitos para a estação mais fria do ano. Mas não pode descuidar não, hein? Dê preferência a alimentos mais leves e saudáveis, como sucos, frutas e sopas de legumes, que proveem vitaminas e sais minerais necessários para a o bom funcionamento da saúde do corpo.

Comemos mais nessa época do ano. Será que realmente sentimos mais fome? Ou será que o corpo está mais lento? Ao Portal Boa Vontade, a nutricionista Denise Carreiro explica o que acontece com o nosso corpo nesta época. 

No verão, por causa da temperatura alta, a impressão é de que gastamos mais energia. Mas o que o corpo faz é liberar o calor que está "sobrando", daí o suor. O tecido gorduroso tem um importante papel de manter a temperatura do organismo. No inverno, devido à baixa temperatura, o corpo gasta muito mais energia para manter a temperatura ideal. 

Assim, diferente do que muitos pensam, com o frio o organismo gasta mais energia. A nutricionista explicou o motivo do aumento de apetite nesta época do ano: "gastamos mais energia, desta forma, temos mais fome. Mas, na verdade, é uma necessidade do organismo de colocar mais combustível para manter uma temperatura corporal adequada". Mas nem por isso podemos abusar das guloseimas, em especial dos alimentos que não têm muitos nutrientes para colaborar com nossa saúde.

Shutterstock



Sobre isso, a nutricionista alerta: "O que faz uma pessoa engordar são as escolhas erradas. As pessoas devem manter uma alimentação equilibrada. O que nunca se pode esquecer é a qualidade. Se colocarmos um alimento que tem uma qualidade maior de nutrientes e menos aditivos químicos, esses nutrientes vão ser eficientes no organismo, inclusive para manter a energia regulada".

Ficar longas horas sem comer é outro erro, e que nem percebemos às vezes, com a rotina corrida que levamos. A nutricionista explica que, quando passamos longos períodos sem comer, a necessidade energética fica muito elevada, o que faz com que façamos verdadeiras montanhas de comidas na hora das refeições. De maneira bem humorada, ela explica: "essa pessoa não consegue nem escolher o que ela vai comer. O que passar foi, o que vem vai. Ela acaba comendo mais do que devia. Principalmente, aquela pessoa que não se alimenta bem durante o dia. E, da tarde para a noite, vem 'a fome do mundo'". Esse que é um dos pecados do período frio: a noite, esfria ainda mais, e acabamos comendo muito antes de dormir, aí já viu né? Os quilos a mais vem sem dó.

"Fazer as escolhas certas!"

Segundo a especialista, a primeira, a mais importante dessas escolhas, é não passar muito tempo sem comer. Também é incluir muitas frutas, verduras e legumes no cardápio. Os nutrientes encontrados nesses alimentos são os que nosso corpo precisa para manter a temperatura ideal. "É muito importante a salada verde, no almoço e, principalmente, no jantar", afirmou.

Shutterstock



Outros cuidados também são importantes: para não ficar muito tempo sem comer, que tal a cada duas horas e meia ou três comer uma fruta. No café da manhã ou no lanche da tarde de um cardápio equilibrado, além da fruta, a recomendação da especialista é colocar uma fonte de carboidratos, que segundo ela são mais importantes do que as proteínas. "Pode ser uma tapioca, uma fruta com flocos de aveia, com sementes de linhaça. Nos intervalos, biscoito de polvilho, algum carboidrato; às vezes, uma barra de cereal, mas sempre com a frutinha junto".

Por fim, Denise Carreiro ressalta a importância de nunca trocar almoço e jantar por lanches. Nessas refeições, deve-se "sempre ter algum alimento do grupo do arroz; um do grupo do feijão; um pouco de proteína, sempre em quantidade pequena, que pode ser a carne, o peixe ou o ovo; legumes e verduras à vontade". Sobre a quantidade, vale destacar que almoço e jantar precisam ter muita qualidade, mas, no jantar, a quantidade deve ser menor do que no almoço.

Um outro cuidado muito importante é se hidratar! Afinal, no inverno sentimos menos sede, né? Mas nem por isso podemos deixar de beber água e outros líquidos, de preferência sucos naturais. A ingestão deve ser na mesma frequência que ocorre no verão, pois apesar da ausência de sede, o corpo deve sempre estar hidratado.

IDOSOS

Independentemente da idade, todos devem ter uma alimentação balanceada. O cuidado com idosos e crianças deve ser ainda maior neste período do ano, em especial em relação à hidratação. O dr. Daniel Manhoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração, ressalta que a "alimentação deve ser enriquecida com muita verdura e muita fruta". Muitos idosos não se alimentam corretamente, sendo necessária a inclusão de suplementos com algum tipo de vitamina e de mineral. Complexo B, C e zinco são imprescindíveis para suprir as necessidades. "É importante também estimular o funcionamento do intestino com iogurte, fibra. Evitar a gordura animal, a gordura saturada. Aumentar o consumo de óleo de oliva e reduzir o consumo de açúcar", orientou.