Estudo aponta que crianças brasileiras necessitam praticar mais atividades físicas

Elas são consideradas as menos ativas da América Latina

Agência Brasil

11/12/2013 às 08h25 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

Estudo da Universidade de São Paulo (USP) aponta as crianças brasileiras como as menos ativas da América Latina. O estudo integra o projeto global Desenhado Movimento, lançado no Brasil nesta terça-feira, 10. Para mudar esse panorama e a perspectiva de que o País chegue a 2030 com o nível de atividade da população 34% menor do que era em 2002, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), junto a mais três agências da ONU (Unicef, Unesco e ONU Habitat), além de parceiros públicos e privados, investirá R$ 16 milhões para incentivar a prática de atividades físicas. 

O representante do Pnud e coordenador do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, explica que o mundo passa pelo que ele considera uma epidemia de inatividade física — problema que gera diminuição na expectativa de vida e aumento dos gastos com saúde e redução de produtividade: “Essa pesquisa mostrou que o ‘mundo se movimenta cada vez menos’, é mais sedentário e menos ativo. E isso está resultando em consequências de saúde, psíquicas, no desempenho escolar, etc. E, no caso do Brasil, uma pesquisa feita exclusivamente para o País mostrou que as crianças brasileiras estão se movimentando menos do que há cinco anos, e, de fato, elas são as crianças com menos atividade física da América Latina. Então é preciso fazer um movimento conjunto, uma série de parcerias, para mudar essa tendência”.

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De acordo com o levantamento, o custo da falta de atividade física pode chegar a 12 bilhões de dólares por ano no Brasil. Chediek informa que a parceria no Brasil já tem cerca de 30 instituições envolvidas, como os Ministérios do Esporte e da Educação, além de empresas públicas e privadas. O compromisso é criar experiências positivas para as crianças se movimentarem mais e se tornarem adultos ativos, integrando a atividade física ao dia a dia, com ênfase nas crianças com até 10 anos de idade. 

“Primeiro, é o momento de criar consciência. Segundo, que esse problema não tem uma solução simples. Precisa de soluções múltiplas, porque não é só um assunto das escolas, é também um assunto das cidades, é um assunto da mobilidade urbana, da segurança. Então, precisamos desenvolver parcerias para resolver esse problema. E, então, o próximo passo é aumentar o compromisso, para que cada organização, dentro da sua possibilidade, contribua para a solução do problema”, destacou Chediek.

Ele ressalta que o objetivo não é recomendar um determinado número de horas por semana dedicadas à atividade física, mas sim incorporar o movimento ao cotidiano: “Nós estamos desenhados para nos movimentar, então precisamos que a atividade física seja constante. A chave é incorporar o conceito da mobilidade em todas as atividades, incluindo a educação, as atividades lúdicas, os jogos”.