Cantor e compositor Dorival Caymmi

A seção Linha do Tempo, do Portal Boa Vontade, presta homenagem a um dos mais notáveis compositores brasileiros.

Da redação

27/04/2017 às 14h50 - quinta-feira | Atualizado em 27/04/2017 às 15h36

A seção Linha do Tempo, do Portal Boa Vontade, presta, nesta semana, um tributo a um dos mais notáveis compositores da Música Popular Brasileira: Dorival Caymmi (1914-2008). Autor de belas canções, como Marina, Rosa Morena, Saudades da Bahia e Samba da minha terra, deixou um grande legado para a cultura e para a arte e suas composições são tocadas até hoje nas rádios, interpretadas por artistas nacionais e internacionais.

Evandro Teixeira
O mar foi um importante tema tratado em suas canções. Na foto, ele caminha pela praia do Arpoador, no Rio de Janeiro. Aliás, essa imagem inspirou a criação da estátua do compositor colocada em Copacabana, perto da Colônia dos Pescadores.


Nascido em 30 de abril de 1914, em Salvador, BA, Caymmi foi auxiliar de escritório e chegou a trabalhar como caixeiro-viajante. Nessa época era jovem e pôde desenvolver seus talentos musicais sozinho, por meio de um violão. Passado certo tempo, tornou-se jornalista e cantor na Rádio Clube da Bahia. Aos 22 anos, foi vencedor de um concurso de músicas carnavalescas. A partir daí, incentivado por amigos, seguiu a profissão de músico ao invés de fazer um curso preparatório para a Faculdade de Direito.

Arquivo pessoal
Idalina Cecília e Bruno Paiva

Além de seu feliz matrimônio com Stella Maris, com quem se casou em 1940 e teve três filhos (Dori, Nana e Danilo), Caymmi também contribui para a felicidade de outro casal. Ele foi o responsável pela união de dona Idalina Cecília de Paiva (1913-1994) e de seu Bruno Simões de Paiva (1911-2000), pais do compositor Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade. Dorival, inclusive, foi o padrinho de casamento deles, como conta o dirigente da LBV em seu artigo “Uma história de amor”.

Em certa ocasião, ao falar sobre Paiva Netto e seu trabalho como compositor, destacou: “Tenho em mãos o LP Negrada – Jesus, o Grande Libertador!, disco que foi lançado na Bahia, e que tem uma belíssima apresentação, uma capa muito sugestiva: os negros no tempo do Brasil Colônia. O autor das composições musicais é José de Paiva Netto, o homem que dirige os destinos da LBV, Legião da Boa Vontade, criação do meu velho e saudoso amigo Alziro Zarur. Paiva Netto tem algo que ver comigo, pois é filho de Bruno Simões de Paiva, de quem eu sou padrinho de casamento há muitos anos. O casamento foi realizado no Rio. Bruno e eu somos amigos de juventude, em Salvador, na Bahia, onde residíamos. Eu prezo muito esse amigo, o Bruno. E o acaso me fez conhecer, um dia, no Aeroporto do Galeão, o filho de Bruno e Idalina, o José. Quero deixar, aqui, uma mensagem de apreço e louvor ao trabalho de Paiva Netto: como dirigente, como compositor, como homem de música, que é o meu caso, e, também sobre a produção musical dele, exibida no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da qual se sobressai Negrada, uma música muito bonita, que vem de boa origem”.

Por meio da seção Linha do Tempo, o Portal Boa Vontade resgata memoráveis depoimentos de personalidades brasileiras e internacionais sobre o trabalho socioassistencial realizado pela Legião da Boa Vontade em mais de seis décadas de existência.