Ainda dá tempo de reverter o aquecimento global

Wellington Carvalho

30/12/2014 às 12h12 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Nasa

Imagem feita a partir da Estação Espacial Internacional (ISS), mostra uma grande frente fria avançando sobre os Estado Unidos em 2013. A chegada desta frente marcou uma mudança gritante de calor para temperaturas muito frias. Na imagem ainda é possível observar o tamanho da frente fria, que cobre a costa leste americana e se estende no Golfo central e sudoeste do México.


O maior e mais abrangente relatório sobre mudanças climáticas, divulgado em 2014 pelas Nações Unidas, mostrou que a humanidade vivencia a última chance de reverter o processo de aquecimento global. A síntese do quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), elaborada com a participação de 800 cientistas de 80 países, e divulgada em novembro em Copenhague, na Dinamarca, indicou que, se não houver redução imediata na emissão de gases de efeito estufa, os meios de adaptação não serão suficientes, e a vida no planeta ficará ameaçada. “As mudanças climáticas não deixarão nenhuma parte do globo intacta”, afirmou na ocasião o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri.

O relatório mostrou que a emissão de gases de efeito estufa atingiu níveis sem precedentes nos últimos 800 anos, gerando o aquecimento da terra, o derretimento das geleiras e o consequente aumento do nível do mar. O aquecimento médio global combinado da Terra e dos oceanos no período de 1880 a 2012 chegou a 0,85°C. O nível do mar aumentou 19 cm de 1991 a 2010, número maior do que os registrados nos últimos dois milênios. O relatório alertou também para a acidificação dos oceanos em 26% por causa da apreensão de gás carbônico da atmosfera, o que pode ter impacto grave sobre os ecossistemas marítimos.

Caso não haja redução das mudanças climáticas, os cientistas preveem impactos severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas. “Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Eventos climáticos extremos podem levar à desagregação das redes de infraestrutura e serviços. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres”, destaca o documento.

Para frear as mudanças climáticas e gerenciar os riscos, de acordo com o relatório do IPCC, as nações precisam promover ações combinadas de mitigação e adaptação. “Reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas podem diminuir os riscos das mudanças climáticas e melhorar a possibilidade de adaptação efetiva às condições existentes”. Os cientistas reconheceram, entretanto, que essas reduções demandarão mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e institucionais consideráveis.

Sem dúvida, as evidências cobram mudanças imediatas e é importante ter em mente que elas dependem da prática de bons hábitos. É preciso, pois, tomarmos iniciativa e partirmos para ações que tragam benefícios individuais e coletivos. O que esperamos então para alcançar os bons resultados que queremos e necessitamos em relação às condições ambientais da Terra? O Portal Boa Vontade apresenta algumas dicas para você começar a mudança. 


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*Com informações da Agência Brasil.