Para uma Justiça mais eficaz, a palavra da vez é ‘conciliação’

Wellington Carvalho

19/11/2014 às 15h53 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Todos os cidadãos que precisam solucionar conflitos como partilha de bens, por exemplo, podem recorrer ao judiciário. Mas são muitos os processos que se acumulam no Brasil. A quantidade de casos pendentes de solução definitiva tem crescido, em média, 3,4% por ano, desde 2009, conforme estudo divulgado recentemente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No início de 2013, o número de processos acumulados em anos anteriores e que aguardavam uma decisão final chegou a 66,8 milhões.

De acordo com o dr. Sami Storch, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, as pilhas de processos judiciais aumentam porque não param de surgir conflitos, ao passo que o nível populacional também se eleva. “A justiça não está dando conta de analisar tantos processos e o judiciário não se desenvolveu no mesmo ritmo. Há necessidade muito grande de métodos alternativos de solução dos casos — o que está sendo reconhecido e estimulado”, afirmou ao programa Sociedade Solidária*, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV).

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De acordo com o CNJ, só em 2013, a diferença entre a quantidade de novas ações apresentadas ao Judiciário e a de finalizadas chegou a aproximadamente 622 mil.

Precisando “correr” para solucionar tantos casos em andamento, o dr. Storch explica que juízes e advogados têm mudado a própria forma de desempenharem suas funções. Eles acabam se tornando mediadores entre as posições opostas que aguardam o desdobramento dos problemas. “Estão se preparando para buscar uma paz, e não um conflito”. Por isso, a palavra da vez é “conciliação”.

Todos os envolvidos no processo são incentivados ao diálogo cordial, de modo que encontrem o equilíbrio entre aquilo que requerem. “A solução eficaz é trabalhar o relacionamento, não é preciso um juiz para isso. O judiciário até pode oferecer uma infraestrutura de terapeutas, psicólogos, assistentes sociais, que possam favorecer essa aproximação entre as partes envolvidas. Então, às vezes a pessoa chega com uma raiva, uma vontade de vingança por alguma injustiça que tenha sentido, e pode ser recebida no judiciário com uma proposta de pacificação. A justiça tem essa visão, que realmente está crescendo”, destacou o dr. Sami Storch.

Ainda durante o programa, o juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, detalhou os benefícios desse tipo de visão para o bom relacionamento familiar. Assista!

Vale salientar importante pensamento do jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, constante em seu best-seller Reflexões da Alma, que colabora para o desenvolvimento dessa cultura de paz no judiciário, bem como à prevenção a atritos muitas vezes desnecessários: “O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o Fundamento do diálogo”. Portanto, que saibamos conviver em harmonia, inspirados em Jesus, o Cristo Ecumênico — portanto, Universal —, o Divino Estadista.

Pela Boa Vontade TV, o programa Sociedade Solidária vai ao ar de segunda a sexta-feira às 18h30 e às 23h30, e aos domingos às 6h30 e às 20 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos).