Mulheres conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho

Karine Salles

16/03/2016 às 16h00 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

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Na década de 1960, mulheres em todo o mundo reivindicavam por mais direitos na sociedade. Depois de um longo tempo vivendo única e exclusivamente para os afazeres domésticos e da família, elas foram à luta contra a baixa instrução que lhes era destinada, exigindo o direito de votar e mais participação política, entre outras coisas. As mulheres da época queriam mais autonomia e conquistaram.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) revelam que o nível de emprego com carteira assinada para as mulheres cresceu 5,93% em relação a 2012. Já no Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a relação dos salários entre homens e mulheres passou para 85,97%, com um crescimento de 4,94% no salário das mulheres contra 4,74% aos homens.

O psicólogo e mestre em Cognição Humana, Fernando Elias José, também consultor comportamental, acredita que a constante presença feminina em grandes corporações deve ser vista com maior naturalidade: "O que importa é a competência das pessoas, e não se é mulher ou homem. Se são competentes, precisam ser valorizados".

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Desde então, elas conseguiram ocupar cargos que há anos eram somente dos homens. Uma análise no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) demonstra um maior crescimento da participação das mulheres, principalmente nas atividades de administração pública, restaurantes, atividades de atendimento hospitalar, limpeza em prédios e em domicílios e comércio varejista especializado em eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo. Até no setor de transporte rodoviário de carga, atividade tradicionalmente masculina, houve crescimento no saldo de emprego de mulheres.

Ainda há aquelas que encontram barreiras para o sucesso profissional, bem como pessoal. Preconceito, discriminação e, principalmente, desigualdade salarial são fatores que colaboram para a dificuldade das mulheres. De acordo com o economista Alexandre Loloin, da Fundação Seade, apesar de ainda existirem essas diferenças, só em São Paulo, "as mulheres ganhavam em torno de 77% do que os homens recebiam".

A melhor situação alcançada pelas mulheres no mercado de trabalho, contudo, não eliminou a histórica desigualdade nas oportunidades de inserção ocupacional entre os sexos. "Isso ainda se deve a pensamentos retrógrados e a situações passadas, nas quais se tinha em mente que a produção da mulher era menor que a do homem", alertou o psicólogo.

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Se há desafios a serem vencidos, há também inúmeras profissionais dispostas a valorizar a mulher no mercado de trabalho. Especialistas apontam que as mulheres encaram a ascensão profissional como um desafio a ser vencido, portanto, com mais motivação. Qualidades como foco, curiosidade e atenção são alguns atributos para o sucesso delas.

À todas as mulhres dedicamos esse pensamento do escritor Paiva Netto: "A Mulher, quando integrada em Deus, que é Amor, é a base das civilizações!".