Atenção aos movimentos repetitivos no trabalho; conheça dicas e evite riscos à saúde

Wellington Carvalho

10/02/2014 às 13h38 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

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Os prazos no trabalho andam cada vez mais apertados, não é? Isso tem sido constante para os profissionais, mas não pode ser desculpa para ignorar a atenção com a própria saúde. O Ministério da Previdência Social aponta que, somente em 2011, foram registrados 711.164 acidentes e doenças do trabalho, não incluídos os casos com trabalhadores autônomos (contribuintes individuais) e empregadas domésticas.

Dentre essas doenças, as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) constituem a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, atingindo principalmente profissionais na faixa etária de maior produtividade, entre 30 e 40 anos de idade, sendo comuns em bancários, metalúrgicos e operadores de telemarketing.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (Rádio, TV, Internet e publicações), o doutor Gilberto Archero Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina do Trabalho, explica que "os fatores biomecânicos são os que mais contribuem para o desenvolvimento de lesões por esforços repetitivos. Outros fatores são a compressão das estruturas anatômicas e os choques térmicos".

Isso significa que atividades como realizar várias digitações constantemente, impedir o fluxo da corrente sanguínea pressionando o braço sobre a quina da mesa, abaixar várias vezes para pegar objetos muito pesados, bem como ficar em contato com consideráveis variações de temperatura em intervalos pequenos de tempo podem causar malefícios ao corpo, a exemplo de dores de coluna, perdas auditivas, entre outros prejuízos.

Foto: Vivian R. Ferreira/ Arte: Atalison Gimenes

Além das dicas de ergonomia apresentadas acima, o Portal Boa Vontade aponta as principais dicas oferecidas pelo dr. Amaral, que contribuem para uma melhor qualidade de vida no trabalho:

— Quem trabalha com computador, permanecendo sentado (a) várias horas em frente à mesa, a cada 50 minutos deve fazer pausas, indo ao banheiro, atendendo algum telefonema particular ou parando pra fazer um lanche, por exemplo;
—  Más posturas devem ser corrigidas. Deve-se sempre ficar com os pés apoiados no chão, a parte de trás do joelho deve encostar no assento e as costas devem se apoiar no encosto da cadeira;
— Não se deve carregar peso superior a 18 kg, assim como não transportar cargas acima de 6 kg em apenas uma das mãos;
— Objetos utilizados no dia a dia devem ficar próximos, a uma distância de no máximo 1,20 metro;
— Não é aconselhável dobrar o quadril abaixando-se para pegar algum objeto superior a 18 kg mais de uma vez a cada cinco minutos. Cargas de 23 kg ou mais devem ser transportadas por, no mínimo, duas pessoas;
— Sempre que abaixar, nunca dobre o quadril, mas, sim, o joelho;
— Utilize os equipamentos de proteção individual, como capacetes, luvas, entre outros.

Afora essas importantes contribuições, o especialista ressalta que se deve procurar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da empresa, verificando se há técnicos em segurança do trabalho, além de outros profissionais, como médicos do trabalho, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, que possam fornecer orientações.

Portanto, cuidado com a saúde! Como diz certo ditado, "é melhor prevenir do que remediar".