Político brasileiro José Aparecido de Oliveira

Fernando Franco

Semanalmente, temos apresentado a vocês, leitores do Portal Boa Vontade, a seção Linha do Tempo. Nela, destacamos memoráveis depoimentos de personalidades sobre o trabalho da Legião da Boa Vontade (LBV), no Brasil e no exterior.

Dando continuidade à série, trazemos aqui o relato do saudoso político brasileiro José Aparecido de Oliveira (1929-2007) que, em certa ocasião, declarou: “A proposta da Legião da Boa Vontade, não somente para o Brasil, mas para o mundo, é o grande momento da compreensão universal. (...) Paiva Netto assumiu essa proposta como um compromisso, mais do que como uma esperança, ou uma visão do horizonte. Na verdade, a mensagem da Boa Vontade mantida por ele é o único compromisso substantivo, fundamental. O restante é a poesia, a Fé, o Amor de cada um. Tenho um grande respeito pelo Paiva Netto, que recebeu uma mensagem e a está mantendo com probidade, modéstia, Fé e grande respeito”.

BIOGRAFIA

Nasceu em 17 de fevereiro de 1929, no distrito de Conceição de Mato Dentro, chamado São Sebastião do Rio Preto, antiga Vila do Príncipe, em Minas Gerais. Completou seus estudos em Ouro Preto e Belo Horizonte, formando-se em jornalismo. Chegou a dirigir a Federação Nacional dos Jornalistas. Foi secretário particular de Jânio Quadros, em 1962. Nesse mesmo ano, foi eleito deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN), sendo um dos mais votados de Minas Gerais.

Durante o governo militar, teve seu mandato parlamentar cassado e ficou fora da política por quase duas décadas. Em 1982, foi reeleito deputado federal por Minas Gerais e convidado pelo governador Tancredo Neves a criar a Secretaria de Estado da Cultura, sendo seu primeiro titular. Com a eleição de Tancredo à presidência da República, José Aparecido de Oliveira foi o primeiro ministro de Estado da Cultura, em 1985.  Foi também governador do Distrito Federal e exerceu o cargo de assessor especial de relações internacionais do governador de Minas Gerais, Itamar Franco.

Em 1992 foi nomeado embaixador do Brasil em Portugal e apresentou a proposta de criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A ideia foi concretizada em junho de 1996, integrando todos os países em que o português é a língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Em abril de 1999 participou do II Encontro da LBV sobre Lusofonia, promovido pelo Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV. O evento reuniu organizações não-governamentais de países e povos de expressão lusófona com o objetivo de criar programas comuns de cunho social e educacional. A Legião da Boa Vontade, por reconhecer a importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, contribuiu para o diálogo ao realizar a primeira edição desse encontro em Porto, Portugal, e ao abrir as portas do ParlaMundi (que tem esse idioma como oficial) para sediar tais debates.

 Faleceu em 19 de outubro de 2007, aos 78 anos, em Belo Horizonte, MG.