Consagrado jornalista italiano radicado no Brasil, Paulo Rappoccio Parisi volta à Pátria Espiritual

Da redação

12/02/2016 às 23h19 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

O consagrado jornalista italiano radicado no Brasil, Paulo Rappoccio Parisi, voltou à Pátria Espiritual, no dia 20 de janeiro, na capital fluminense. Um dos mais importantes profissionais da imprensa da história brasileira, acumulou em seu currículo funções de destaque, a exemplo da vice-presidência do centenário periódico carioca Gazeta de Notícias (a partir de 1951), o segundo jornal mais antigo do país.

Conhecido por sua retidão de caráter e pelo zelo profissional, pelos colegas que atuam na área, Parisi conviveu intensamente com autoridades do Brasil e do exterior. Sua marcante trajetória teve início depois da Primeira Guerra Mundial, mais precisamente em 1920, quando seu pai veio para o Brasil. A mãe dele, grávida de oito meses, continuou na Itália, local onde nasceu, em 1921.

Somente quando estava com 12 anos de idade, ele e a mãe vieram ao Brasil para encontrar o pai. Ao completar 18 anos, recebeu a Cidadania Brasileira. O primeiro emprego dele foi em um laboratório farmacêutico chamado Instituto Terapêutica. O primeiro contato com a comunicação ocorre na empresa Press Continental — que tinha um serviço de mensagens por cartas.

Arlindo Filho

O jornalista, escritor e radialista Paiva Netto é cumprimentado por Parisi, por ocasião do lançamento do livro “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, em uma prestigiada livraria do Barra Shopping, em 17/12/1991.

Ainda na década de 40, mais precisamente em 1946, começou a trabalhar no jornal O Estado, de Niterói, órgão do governo. O diretor José Cândido de Carvalho foi quem o credenciou como correspondente no jornal no Congresso Nacional, onde atuou por muito tempo. Em seguida, foi credenciado a trabalhar no Palácio do Catete.

Em 1946, conheceu o jornalista José Bogéa, representante dos Diários Associados, no Congresso. Um ano mais tarde, Parisi recebeu o convite dele para assumirem juntos o comando do jornal Gazeta de Notícias que era dirigido, à época, por Fioravante Del Piero. Essa operação foi ofertada e conduzida pelo senador maranhense Vitorino Freire, representante do banqueiro Coutinho de Melo (dono do jornal).

Na ocasião, Bogéa convenceu o amigo a aceitar a missão, sendo bem enfático no convite: “É melhor sermos diretores da Gazeta do que continuarmos como empregados onde estamos”, relembra Parisi, que trabalhou no tradicional periódico por 39 anos.

Entrevistas históricas

Arlindo Filho

O dirigente da LBV confraterniza com os jornalistas José Carlos Araújo e Paulo Rappóccio Parisi, por ocasião do 3º aniversário da Rádio CBN, em 19/10/1994, no Rio de Janeiro, RJ.

Ainda na atuação profissional, Parisi conversou com inúmeras personalidades brasileiras e do exterior. Fez histórica entrevista com o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, em 18 de outubro de 1981 — ocasião em que foram destacados pelo entrevistado aspectos pioneiros do pensamento da Legião da Boa Vontade.

Aliás, a preocupação com os temas sociais, é outra característica marcante na trajetória de Parisi. Tanto que conservou uma amizade de mais de seis décadas com a LBV e seu dirigente. Esse reconhecimento se evidenciou em várias oportunidades, nas quais expressou seu apreço pelas ações da Instituição, a exemplo de quando Paiva Netto comemorou 50 anos de trabalho na Seara da Boa Vontade:

Antônio Carlos

Atento à temática social, Parisi esteve em várias ações da Legião da Boa Vontade. Neste registro, ele está ao lado do também jornalista e apresentador do programa Samba & História, Hilton Abi-Rihan, da Boa Vontade TV, na capital fluminense. 

“Com a maior felicidade da minha vida saúdo Paiva Netto. Ele completa um cinquentenário na Legião da Boa Vontade: não há nada neste País que possa se igualar à LBV. Este cinquentenário é um troféu em que nós podemos escrever com honra e com devoção para com o grande amigo Paiva Netto. Por quê? Porque é simples. A Legião da Boa Vontade mantém uma missão que talvez no Brasil é a única que se tem, porque ela atende a uma necessidade social. Eu me sinto muito honrado por neste dia falar ao grande diretor-presidente da Legião da Boa Vontade. Paiva Netto imprimiu, divulgou e implantou em todo o território nacional esta Obra maravilhosa que é a LBV. Esta Instituição merece estar no mundo inteiro, como exemplo de grandeza social e moral. (...) Por tudo isso, só posso dizer obrigado, Paiva Netto! Que tenha saúde e continue imprimindo esta vontade de realizar, de compreender e educar”.  

Ao espírito eterno deste consagrado jornalista, as vibrações de Paz e Amizade da LBV e de seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, extensivas a todos os familiares.