Contra desperdício de água, estudante cria projeto promissor

Por meio de sensores em canos, vazamentos são descobertos e mensagens a dispositivos com internet sem fio avisam o local onde está se perdendo água.

Wellington Carvalho

12/02/2015 às 11h54 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Divulgação

Igo e o orientador do projeto Mailson Couto (camisa azul) durante testes do protótipo.

Com a atual crise hídrica, estamos mais atentos ao desperdício de água. Muita gente tem mudado os seus hábitos, tomando banhos curtos, deixando de lavar o carro, e aplicando outras dicas que apresentamos de economia. Aliás, essa nova postura deve continuar sempre, já que os recursos naturais são finitos e é um dever de todos conservá-los.

Há ainda aqueles que criam ~engenhocas~ para armazenar o líquido tão precioso. Mas antes mesmo dessa situação preocupante chegar, o jovem baiano Igo Romero Costa de Souza, 22, já desenvolvia um sistema que ajuda a identificar a perda de água em encanamentos e providenciar o mais breve possível o conserto. O projeto, inclusive, foi muito apreciado na Campus Party Brasil 2015*. Sabia que as empresas brasileiras de saneamento básico perdem cerca de 40% da água que distribuem? Esse valor ultrapassa, e muito, o de países como Japão e Alemanha, onde esse índice é de 11%. Uma parte considerável deste desperdício acontece por causa de vazamentos nas tubulações. =/

O projeto de Igo funciona da seguinte forma: são instalados sensores entre as paredes e pontos estratégicos dos encanamentos, como curvas, luvas e outras interligações, onde os vazamentos são mais comuns. Quando a água começa a vazar em algum ponto dos canos, uma mensagem é enviada, em tempo real, ao tablet ou outro dispositivo com internet sem fio da pessoa. O texto avisa onde é o vazamento e qual a intensidade dele, para que os reparos sejam feitos o quanto antes.

Ao Portal Boa Vontade, o estudante de Vitória da Conquista, BA, conta que o que o motivou a desenvolver o protótipo a partir de 2013 foi a intenção de que a água fosse preservada da melhor forma possível, já que “a falta dela é histórica no Nordeste”. Para desenvolvê-lo, o suporte de todos foi fundamental, como lembra Igo: “Recebi um forte apoio da maioria dos professores do Instituto no qual estudo, além da minha família, que também deu a maior força”.

Sobre a experiência de ter exibido seu protótipo na 15º edição da Campus Party, Igo afirma que a ideia teve uma boa recepção. "Muita gente gostou, de engenheiros até empresários”. De acordo com ele, a expectativa agora é encontrar investidores que transformem sua criação em um produto popular, para que todos possam ter acesso a essa tecnologia. “Queremos deixá-lo funcional e aplicável em diversos campos, desde a agricultura à indústria”, ressalta.

Durante a entrevista, Igo destacou que muitos outros estudantes como ele também têm a capacidade de criar inovações em prol do bem comum. Basta acreditarem em si mesmos. “Muitos jovens, ao verem alguns problemas, deixam eles despercebidos. Queria que o pessoal pensasse que não é tão difícil chegar lá.”

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*Evento para amantes de tecnologia, que aconteceu entre 3 e 8 de fevereiro de 2015 em São Paulo, SP, reunindo conferencistas para refletirem sobre os avanços tecnológicos e seus usos atuais.