Como evitar conflitos com o colega de trabalho?

Wellington Carvalho

16/05/2016 às 08h34 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

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Relacionamentos não são tarefa fácil. Se marido e mulher, que escolheram compartilhar a vida, têm seus desentendimentos, quem dirá os companheiros de trabalho. E para passar tantas horas no mesmo ambiente, vivenciando o cotidiano e precisando resolver várias questões juntos, é preciso harmonia. Afinal, conflitos nessas situações podem comprometer todo o bom desempenhar das atividades profissionais, e até o ânimo para sair de casa.

Pensando em como promover a boa convivência entre os colegas com quem você passa boa parte do tempo, entrevistamos o empresário Edson Carli, 49, especialista em carreira, para saber como contornar aquelas situações que nos causam mal-estar e podem atrapalhar o ânimo para um novo dia de trabalho. Para início de conversa, ele evidenciou que geralmente o conflito surge por um ruído de comunicação. 

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Especialista em carreira Edson Carli.

“O que é interessante no conflito é que ele não é necessariamente ruim. Às vezes, conflitamos com alguém achando que estamos fazendo bem para ele. E expondo a nossa ideia de uma maneira mais incisiva, já que temos sempre a certeza de que a nossa forma de pensar e agir é a correta, até no ímpeto de querer ajudar o outro, acabamos gerando situações conflituosas”, afirma.

O ruim de não colocar um basta nesse tipo de relação, ou evitá-la, é que isso sempre pode acabar tendo resultados bem desagradáveis. Podendo chegar a extremos como a falta de respeito, ética profissional, prejuízos ao bem-estar da equipe e aos resultados do trabalho. O que, aparentemente, afeta a apenas algumas pessoas, pode descambar para toda uma corporação. Até porque, como ensina o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, “Ninguém faz nada sozinho”. E o bom entrosamento da equipe é essencial para que o trabalho flua bem.

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SEIS DICAS PARA ENCERRAR CONFLITOS

Por isso, Edson oferece cinco principais dicas para contornar os conflitos e conquistar dias mais agradáveis de trabalho. A primeira delas é:

Compreender que, enquanto profissional, você executa um personagem. Fora do ambiente de trabalho deve exercer outras funções, como a de pai dedicado, marido amável, motorista consciente, e assim por diante. Assim, os problemas não são transferidos para áreas erradas, envolvendo quem não tem nada a ver com a situação específica. “Então, ao acabar o dia de trabalho, você deve deixar o personagem na empresa e voltar para casa feliz e contente e [vice-versa]. Se você não volta feliz, é porque não está trabalhando com o que gosta. Separar o profissional do pessoal pode ser difícil, mas funciona.”

Enquanto estiver se relacionando com outra pessoa, ouça com atenção. “Tente entender o lado do outro. Eu costumo dizer que todas as pessoas que se relacionam conosco são nossas clientes. Trate seu colega como um cliente. Se ele estivesse no balcão de atendimento, como o atenderia? As brigam não cabem no ambiente profissional.”

— “Sempre pense em como você pode ajudar o seu colega de trabalho. Se você se relaciona com uma pessoa que sempre ajuda, por que brigaria com ela? Quando tentamos ser egoístas, acabamos sempre caindo em conflitos”, explica Edson.

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Evite o egoísmo. Quando precisar de um relatório “pra ontem” do colega, pense que isso pode não sair tão rápido por conta das outras demandas dele. Aí a solidariedade e empatia cabem muito bem. “Sempre pensamos o que queremos do outro, mas não o que o outro pensa de nós. É se preocupar com o que o outro espera de você.”

Não julgue antecipadamente. Pense antes de dizer algo que possa denegrir a imagem de alguém. “Nenhum de nós é juiz para ficar julgando comportamentos”, aponta Edson. Até porque, nossas análises, quando não atreladas a fatos, podem ser totalmente equivocadas. “Um exemplo: tenho um projeto em andamento e um membro da equipe chega depois das 10h todos os dias, sendo que o horário estipulado é às 9h30. Posso interpretar que ele não é comprometido e que pensa que os outros são bobos. Mas, pelos fatos, ele poderá explicar que mora a muitos quilômetros de distância, depende de condução, e não consegue chegar no horário”, pondera.

Jesus, o Administrador Celeste, já ensinou em Seu Evangelho, segundo Mateus, 7:1 e 2: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós”.

BÔNUS

A sexta dica é tão importante e útil que vale para todas as áreas da existência. Pratique o Ecumenismo Irrestrito que, como proclama a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, “prega o perfeito relacionamento entre todas as criaturas da Terra”. Perceba que, sempre de alguma forma, com seus pontos de vista diferentes, os seres humanos contribuem uns para com os outros quando se unem com Espírito de Boa Vontade, desconsiderando possíveis “motivos” para contendas. Aliás, como já dizia Gandhi (1869-1948), "divergência de opinião não é motivo para hostilidade".

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PAPEL DOS LÍDERES

Contudo, os responsáveis por cada equipe também são responsáveis por intervir nos conflitos, de modo que o ambiente de trabalho não fique tão “pesado”. Para isso, é necessário ter espírito de conciliador, e por que não falar pacificador, não é? “O que o líder deve fazer é chamar as pessoas em conflito para uma conversa, desarmar os ânimos, ouvir os argumentos de parte a parte, dar razão a quem tem razão, demonstrar de uma maneira educada quem não tem razão e por que, mas sempre no âmbito profissional. Sempre se atendo aos fatos. O papel do líder é esfriar os ânimos, mais ou menos como um pai faz em brigas de filhos”, destaca o especialista em carreira Edson Carli.