Zika: risco de microcefalia em fetos varia entre 1% e 13%, mostra estudo

Nathan Rodrigues

27/05/2016 às 10h20 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

Um estudo publicado nessa semana pela revista New England Journal of Medicine aponta que um feto infectado com o zika vírus tem entre 1% e 13% de chance de desenvolver microcefalia durante o primeiro trimestre de gravidez. 

Para chegar a essa estimativa, investigadores dos centros norte-americanos de Controle de Doenças e da Universidade de Harvard criaram um modelo matemático baseado em estatísticas de infeções pelo vírus e de casos de microcefalia na Polinésia francesa, que sofreu um surto em 2013. 

Os pesquisadores concluíram que há uma relação muito forte de causa-efeito entre uma infecção pelo zika vírus durante o primeiro trimestre da gravidez e o risco de microcefalia no feto, que se torna irrelevante no segundo e terceiro trimestres de gestação.

Esta má formação congênita irreversível é rara e resulta em bebês que nascem com o crânio pequeno, apresentando, assim, um desenvolvimento cerebral incompleto. Nos Estados Unidos, a microcefalia verifica-se em 0,02% a 0,12% dos nascimentos.

Situação brasileira

De acordo com o estudo, o Brasil, onde o vírus é majoritariamente transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, é, até o momento, o País mais afetado pelos casos de microcefalia, com cerca de 3,6 mil grávidas infectadas pelo zika desde janeiro.

“Se o risco de infeção pelo zika nas mulheres grávidas e de microcefalia nos fetos que carregam é semelhante noutras zonas geográficas onde o vírus ainda não está propagado, podemos esperar muitos casos de microcefalia e outros efeitos cerebrais nefastos”, afirma o levantamento.
_____________________________________________________________
* Com informações da Agência Brasil