Hepatite: um simples exame de sangue pode detectar a doença

EXCLUSIVO NA WEB: Hepatologista Tércio Genzini explica algumas medidas de higiene e segurança

Karine Salles

18/05/2015 às 19h49 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina escura e fezes esbranquiçadas são alguns dos sinais da Hepatite.


Hepatite é o nome dado a toda doença que causa inflamação no fígado. As causas podem ser várias, desde micro-organismos, como os vírus, até o consumo excessivo de bebida alcoólica ou o uso de alguns tipos de medicamentos.

As hepatites virais são consideradas um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, pelo número de indivíduos acometidos e pela possibilidade de complicações. Existem cinco tipos — A, B, C, D e E. Os tipos B e C são uma preocupação significativa, já que muita gente infectada com estes vírus pode não apresentar sintomas na fase inicial da doença — no mundo, são 520 milhões de pessoas portadoras deles, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Infelizmente, as pessoas costumam só ter conhecimento de sua infecção quando a doença já passou para sua forma crônica. Além disso, esses dois vírus são a principal causa de cirrose hepática, correspondendo a cerca de 80% de todos os casos de câncer de fígado.

Dados da OMS apontam que as complicações das hepatites causam a morte de cerca de 1,4 milhões de pessoas a cada ano. No Brasil, números do Ministério da Saúde apontam que aproximadamente de 16 mil pessoas fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contra a hepatite do tipo C, vírus com menor possibilidade de eliminação do organismo. Por conta do diagnóstico tardio, muitos são privados de tratamentos com chance de cura.

Ao Portal Boa Vontade, a dra. Marília Gaboardi, da Sociedade Brasileira de Hepatologia, destacou que esse número é alto justamente porque a maioria das pessoas não sabem que são portadores do vírus. "É uma doença silenciosa. O número de portadores de hepatite no mundo é maior do que portadores de aids". Os sintomas da hepatite mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Os tipos B, C e D são transmitidos por meio do sangue de uma pessoa infectada, por exemplo, através de injeções inseguras ou transfusões de sangue sem blindagem. E, no caso da hepatite B e C, também por meio do sexo desprotegido. O tipo D infecta apenas pessoas que já são portadoras do tipo B. Os tipos A e E são normalmente transmitidos através da água ou de alimentos contaminados e estão intimamente associados à falta de saneamento e higiene pessoal.

As vacinas eficazes estão disponíveis para todos os tipos de vírus, exceto o C. Segundo a dra. Marília, "a hepatite C tem tratamento e cura, mas a hepatite B, embora tenha tratamento, jamais vai ser curada. A gente consegue controlar, mas não consegue acabar com ela". O vírus vai, lentamente, destruindo o fígado, que é um órgão com capacidade de regeneração muito grande; mas o vírus atua de forma lenta e progressiva. Começam a se formar, então, pequenas cicatrizes. Essas cicatrizes vão se juntando e formando o que a gente conhece como cirrose hepática.

"O ideal é que as pessoas façam o exame de sangue para diagnosticar ou descartar a presença do vírus. Quanto mais demora, mais a doença progride e mais aumentam as chances de um transplante ser necessário", alertou Carlos Baía, médico coordenador do Serviço de Hepatologia do Hospital de Transplantes de São Paulo.

EXCLUSIVO NA WEB

Saber as formas de contágio também ajuda a se proteger. Para evitar a hepatite C, por exemplo, importante estar atento aos cuidados tomados pela manicure e até mesmo pelo salão de beleza. Ao programa Viver é Melhor, da Boa Vontade TV(canal 20 da SKY e 212 da Oi TV), o hepatologista Tércio Genzini explica algumas medidas de higiene e segurança. Assista!

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*Com informações da Agência Brasil.