Dengue: prefeitura de São Paulo usará tendas para atendimento emergencial

Da redação

26/03/2015 às 21h45 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

 Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti.

A Secretaria de Saúde do Município de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 26, que a prefeitura da capital paulista vai instalar três tendas, com capacidade de atender até cem pacientes por dia cada uma, no tratamento auxiliar da dengue. As unidades serão instaladas na zona norte da capital – área com maior incidência de transmissão da doença –, em locais próximos a unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) ou a prontos-socorros.

As tendas serão administradas pela prefeitura, em parceria com cinco hospitais filantrópicos da cidade – Sírio-Libanês, Hospital do Coração, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Albert Einstein e Hospital Samaritano – que participarão com profissionais de assistência médica. O atendimento nas tendas deve começar na próxima semana. 

“As tendas funcionarão sempre anexas a algum equipamento de saúde: Ama ou pronto-socorro. Se houver suspeita de dengue, os exames serão feitos na tenda. Se houver um problema de desidratação, já começa a terapia. Independe se vou confirmar ou não o caso. É um procedimento clínico que será adotado, tendo dengue ou não”, destacou o secretário adjunto Paulo Puccini.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o uso de novas tendas será avaliado de acordo com as necessidades. A utilização de instalações provisórias já estava prevista no plano de contingência do município, elaborado em 2014, e segue recomendação do Ministério da Saúde.

AUMENTO NO NÚMERO DE CASOS

Dados apresentados pela Secretaria mostram que São Paulo registrou, de 4 de janeiro a 14 de março, 4.436 casos confirmados autóctones (contraídos no município) de dengue, enquanto no mesmo período de 2014 foram 1.412 casos confirmados - quase três vezes mais neste ano. Cerca de 47,5% dos casos estão concentrados em bairros da zona norte da cidade.

Até agora foram confirmadas duas mortes em 2015, decorrentes da dengue: uma senhora de 84 anos, moradora de Brasilândia, zona norte; e um garoto de 11 anos, morador do Jardim Ângela, zona sul. Há dez casos de óbito sendo avaliados no momento.

Durante todo o ano de 2014, a capital registrou 28.990 casos autóctones (97,7% no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano. Em 2015, a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde, é que o número possa ser até três vezes maior.

ARMAZENAR ÁGUA DE FORMA ERRADA DÁ VIDA AO MOSQUITO

A prefeitura teme - e todo mundo deveria também - que a incidência do mosquito transmissor da doença cresça por causa da nova prática da população: a de armazenar água. “A dengue tem esta tendência de repiques a cada dois ou três anos. O município registrou 5.866 casos em 2010, nos anos seguintes houve uma redução e, em 2014, o Estado de São Paulo registrou um aumento da dengue, também pela própria natureza da evolução do mosquito e do próprio vírus”, explica a médica e coordenadora da Cordenação de Vigilância em Saúde, Wilma Morimoto. Diante destes dados preliminares, a Secretaria estima que, nesse ritmo, a cidade pode enfrentar uma situação crítica em 2015, com até 90 mil casos de dengue. 

Não há problema em guardar água em casa. Mas tem que cobrir, e bem, o reservatório!