Até 2025, cerca de 75 milhões de crianças estarão obesas em todo o mundo

Karine Salles

15/05/2015 às 13h08 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

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A mistura de fast-food e horas e mais horas jogando foi fatal para o jovem britânico Shaun Appleby. Os médicos atribuíram a morte do adolescente à obesidade e ao estilo de vida que ele levava. Satish, mãe do rapaz, afirmou que a vida do filho se baseava em comer demais e ficar trancado no quarto, no computador. Ainda segundo ela, quando ele começou a fazer mudanças, sua saúde mudou. Porém, já era tarde demais. 

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que, caso as coisas continuem como estão, até 2025 teremos cerca de 75 milhões de crianças obesas em todo o mundo. Aqui no Brasil, os dados mostram que o percentual de crianças, de 5 e 9 anos, com excesso de peso chega a 33,5%. Na adolescência, o quantitativo é de 20,5%. Vale lembrar que o estado nutricional na primeira infância repercute na vida adulta. 

Por isso, o Portal Boa Vontade reforça que o combate à obesidade deve começar desde cedo. O apoio dos pais, familiares e da escola é essencial, afinal de contas, todos têm papel fundamental no processo. Além disso, é preciso prestar atenção aos problemas dos filhos.

PROBLEMAS EVITÁVEIS COM SOLUÇÕES SIMPLES

O endocrinologista Flávio Cadegiani salienta que a criança obesa corre mais risco de ter diabetes (especialmente do tipo 2, que só acontecia em adultos), câncer, infarto e quanto mais tempo fica obesa, maior o risco. “O fato dos pais serem obesos torna a criança mais suscetível à obesidade”, complementa.

Ao Portal Boa Vontade, a nutróloga infantil e gastropediatra Kátia Machado Baptista alerta sobre os riscos de uma alimentação baseada com grandes porções de gorduras e açúcar, afirmando que “são alimentos sem teor nutricional bom. As frituras são gorduras que não são interessantes para o organismo, promovem o infarto, entupimento de artérias, derrame cerebral, anemia, desnutrição e obesidade". Uma alimentação saudável e balanceada tem que ter frutas, verduras e legumes, além de carnes magras. Outro ponto importante é a forma de preparação da comida. Dê preferência aos grelhados, cozidos e assados, não se esquecer de mastigar bem devagar no momento das refeições e fazer seis pequenas refeições diárias, a curtos intervalos de tempo.

Esse trabalho, no entanto, não se restringe apenas na escolha de um bom cardápio. É preciso incentivar outros hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas, e incluir toda a família nesse processo. Estudos mostram que, quando a mãe tem o hábito de consumir doces, salgadinhos e outras guloseimas, a criança adota o mesmo comportamento, ainda no início do desenvolvimento das tendências alimentares. "A criança que vive em um ambiente em que se pratica atividade física e tem uma alimentação saudável, mesmo tendo uma tendência genética em ganhar peso, não desenvolve a obesidade”, reitera a nutróloga.

A dona de casa Maria Umbelina de Andrade da cidade de Suzano, na Grande São Paulo, explicou que em seu lar ela faz pequenas ações visando o futuro sadio de todos. "Evito as frituras e comidas gordurosas. Faço muitas verduras, cozidas e em saladas. Além disso, evito doces para a minha família toda e incentivo os meus filhos a fazerem exercícios. Faço a minha 'caminhadinha' matinal 3 vezes por semana. E faço com que meus netos bebam muita água". 

A sra. Vera Lucia, de Ferraz de Vasconcelos, SP, faz questão de ter todos os seus familiares juntos nas horas das refeições. Segundo ela, “nesse momento é que eles aprendem a consumir todos os alimentos importantes para o nosso organismo, como as verduras, legumes, e as frutas". Além disso, esse momento também pode ser uma boa hora para conversar sobre como foi o dia e estreitar os laços familiares.

Por isso, as famílias devem estar atentas aos menores sinais de um transtorno alimentar. Ainda que as providências e reações sejam aparentemente difíceis de alcançar, é necessário intervir com coragem e amor, para que o tratamento seja realizado em plenitude. Satish Appleby ainda deixa um apelo aos pais e responsáveis e aos pequenos. "Minha mensagem é para as crianças sair mais, conhecer outras crianças, obter ar mais fresco e desça seus computadores".

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Com informações da BBC, EBC e do Ministério da Saúde