Entenda o que é a hanseníase e saiba como é o tratamento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta reduzir em 70% os novos casos de hanseníase até 2030 e, no longo prazo, interromper a transmissão

11/02/2022 às 08h48 - sexta-feira | Atualizado em 11/02/2022 às 10h44

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A hanseníase é transmitida pelo bacilo Mycobacterium leprae, por vias respiratórias.

A hanseníase é uma doença crônica e infecciosa, caracterizada por lesões avermelhadas ou pálidas na pele e danos no nervo. Causada pelo e transmitida pelas vias respiratórias, ela apresenta falta de sensibilidade na zona afetada e pode ocasionar, em um nível mais avançado, paralisia nos membros e face.

A doença é antiga, mas ainda carrega um estigma que deve ser vencido. Graças aos avanços na medicina, a ideia de que essa é uma enfermidade deformante, contagiosa e incurável não corresponde mais à realidade. "Isso precisa ser quebrado, tanto pelos pacientes quanto pela sociedade", comenta a dermatologista Seomara Catalano.

A doutora explica ainda que a hanseníase é muito comum em regiões tropicais. "Ela tem uma alta incidência nesses locais porque o ambiente é propício para a multiplicação desse bacilo", pontua.

Segundo a Fundação Novartis, mais de 200 mil novos casos de hanseníase foram registrados em todo o mundo em 2019, sendo aproximadamente 10 mil com lesões avançadas. O Brasil é o segundo país mais afetado pela doença e detectou 27 mil novos casos, dentre os quais 2,3 mil já apresentavam danos avançados. A Fiocruz cita dados de um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que apontou redução de 35% nos registros de hanseníase em 2020, e de 45% em 2021, em relação a 2019.  A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta reduzir em 70% os novos casos de hanseníase até 2030 e, no longo prazo, interromper a transmissão. 

Sintomas

A hanseníase afeta, principalmente, a pele e os nervos. Ela se manifesta como uma área mais clara ou avermelhada na epiderme, acompanhada de perda da sensibilidade no local. A resposta de nosso organismo à presença do bacilo determina sua classificação.

- Hanseníase inderteminada: tipo mais frequente da doença, correspondendo a 90% dos casos. Apresenta-se como uma lesão única e é facilmente curada.

- Hanseníase paucibacilar ou tuberculóide: manifesta-se em até cinco lesões. Neste tipo, o paciente tem uma imunidade parcial ao bacilo. Ele não consegue destruí-lo, mas não permite com que ele se alastre pelo corpo.

- Hanseníase multibacilar ou lepromatosa: forma mais grave da doença, em que o paciente apresenta seis lesões ou mais. O sistema imunológico é ineficaz à bactéria.

A doença também apresenta, como sintomas, sensação de formigamento e dor, fisgada ao longo dos nervos dos braços e pernas; inchaço de mãos e pés e diminuição da força muscular. O diagnóstico é feito em laboratório.

Tratamento

O tratamento, indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a poliquimioterapia (PQT), uma associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. O medicamento mata o bacilo, evitando a evolução da doença e levando à cura. E é administrada de acordo com o tipo da doença.

PREVENÇÃO

A hanseníase é transmitida por vias respiratórias. Contudo, ela não é adquirida com tanta facilidade como a gripe e o resfriado. Para que isso ocorra, é necessário contato íntimo e prolongado. E mesmo que você seja acometido por ela, voltamos a reiterar que em 90% dos casos ela é facilmente curada.

E qual a melhor medida preventiva? A informação. É importante divulgar os sintomas e a existência de tratamento e cura, além de realizar o exame dermato-neurológico e receber uma dose da vacina BCG caso você more na mesma casa de um portador da doença.

Ao programa Viver é Melhor, da Boa Vontade TV, a dermatologista Seomara Catalano destacou que a demora na identificação da doença é considerada um dos maiores desafios para o seu tratamento e também favorece a disseminação da bactéria causadora, a Mycobacterium leprae. Reforçou também que ela aparece de forma muito discreta e com sintomas leves (no seu estágio inicial). Portanto, todo o cuidado é necessário. Assista! 
 

 

 

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