Tietê: onde está o nosso rio?

Cris Haidar

01/12/2016 às 16h54 - quinta-feira | Atualizado em 01/12/2016 às 17h51

Não é exagero afirmar que a história de São Paulo passa pelo Rio Tietê. Muitos bairros nasceram às suas margens, o comércio encontrou, até o século 19, leito em suas águas e ~ vejam só! ~ ele até servia como fonte de lazer para a população. Com o passar do tempo, contudo, ele foi perdendo o seu brilho e a sua importância, tornando-se um ponto sujo no coração da cidade. Neste texto, Cris Haidar, colaboradora especial do Portal Boa Vontade, fala sobre os tempos áureos do rio, convidando todos os cidadãos a se conscientizarem e colaborarem na preservação dos recursos naturais. Confira!

"Onde está o nosso rio?" Esta é uma pergunta que cada paulistano deve fazer todos os dias, pois apenas assim iremos nos conscientizar que muitas atitudes precisam ser tomadas para a recuperação de nosso belo e importante rio.

Divulgação

Você é capaz de acreditar que o Rio Tietê foi palco, no passado, de inúmeros piqueniques, competições de remo, natação, polo aquático? Eu não havia nascido nesta época, mas posso imaginar como deveria ser lindo o pôr do sol às margens do rio e quão divertido deveriam ser essas atividades.

Lembro-me de minha avó falar que ela e seus oito irmãos, na década de 1920, esperavam ansiosos pelo final de semana para irem até o rio e passar o dia inteiro entre brincadeiras náuticas, confraternização com outras pessoas e outras atividades. Diziam os mais antigos da minha familia que meu bisavô ganhara alguns troféus com os campeonatos de pesca. Sem falar dos piqueniques com outras famílias, em que todos se divertiam e desfrutavam do melhor que o rio podia oferecer. Bons tempos, hein?

E agora? Onde está o nosso rio?

Muitas coisas poderiam ser feitas para podermos desfrutar novamente do Tietê. Rios já foram recuperados do outro lado do mundo, como o Rio Sena, em Paris, o Tâmisa, na Inglaterra, e o Tejo, em Portugal. Se os europeus conseguiram despoluir seus rios, por que nós não iríamos conseguir fazer o mesmo com o nosso?

Algumas atitudes muito sérias precisam ser tomadas.  A começar, os moradores da maior cidade econômica da America Latina deveriam colocar em prática o hábito de não jogar lixo nas ruas e criar programas de educação da população, pois esse lixo, com certeza, terá um endereço certo: o rio. Ainda restam 32% de esgoto não tratado e a continuidade de investimentos no tratamento dos efluentes é muito importante. Esse número precisa subir o quanto antes. E outra medida importante é fazer a preservação da nascente do rio.

E então? O que vocês acham? Vamos fazer a nossa parte? Quem sabe assim poderemos garantir saúde e diversão aos nossos descendentes dando vida novamente ao rio Tietê!