Reservatório que abastece o Rio de Janeiro atinge volume morto

Agência Brasil

22/01/2015 às 18h20 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

De acordo com o Informativo Preliminar Diário da Operação, publicado nesta quinta-feira, 22, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório de Paraibuna, no Rio Paraíba do Sul, pertencente à  Companhia Energética de São Paulo (Cesp), atingiu o chamado volume morto nessa quarta-feira, 21, às 7 horas.

Estão chegando ao reservatório de Paraibuna 9 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), mas o sistema está permitindo a saída de 32m³/s. Segundo a assessoria, isso está sendo feito com vertimento, isto é, com descarga que não passa pelas turbinas, porque é preciso respeitar a vazão defluente mínima obrigatória do reservatório.

“Ele não está  produzindo mais energia e está usando o volume morto para manter a descarga mínima obrigatória que tem”. Em outras palavras, toda a defluência do reservatório está sendo feita com uso do volume morto.

Na avaliação do ONS, esse é um sinal de que  os reservatórios estão se esvaziando. O reservatório de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27m³/s de água e saída de 40m³/s; o de Funil¨(Furnas) tem nível de 4,15%, com 65m³/s de entrada e 137m³/s de saída; já  no reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com 5m³/s entrando e 11m³/s saindo.

O ONS destacou, entretanto, que para a geração de energia do Sistema Interligado Nacional, a bacia do Paraíba do Sul representa menos de 1% da energia produzida. “Não é relevante em termos de energia. O fato de ela parar não é motivo de atenção maior, porque só contribui com 1% da geração hidráulica do sistema”,  observou a assessoria do órgão.

O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, reforçou que, para a geração elétrica, a bacia do Paraíba do Sul “não é problemática. Ela vai ser problemática para o abastecimento de água”. Segundo ele, como não está chovendo, a tendência é que outras bacias comecem a ter o mesmo tipo de problema. “De maneira geral, a próxima medida agora é fazer procissão para São Pedro”, disse ele.

Na avaliação de especialistas do setor, os reservatórios brasileiros “estão chegando ao fim da linha”.