Atenção dos pais é essencial para combater o abuso sexual infantojuvenil; denuncie pelo Disque 100

Da redação

26/02/2014 às 11h59 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

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O abuso sexual infantojuvenil é um assunto que muito preocupa a sociedade em geral. Diversas iniciativas da sociedade civil mobilizam-se para esclarecer quanto às medidas de proteção fundamentais para diminuir as estatísticas que preocupam pais, educadores e famílias inteiras.

Segundo a escritora, palestrante e promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso Lindinalva Rodrigues Dalla Costa, a maior parte dos abusos sexuais contra menores de idade acontece dentro de casa, e não na rua. E o agressor pode ser próximo ou até mesmo fazer parte da família.

A vigilância dos pais é indispensável para saber identificar o problema e, mais que isso, preveni-lo. Por exemplo: é dentro de casa que muitos jovens e crianças se utilizam da internet, rede que criou novas e surpreendentes possibilidades para o internauta se comunicar. Mas, como novo espaço público, a internet não deve ser utilizada como uma terra sem lei. E é dentro de casa que os limites são impostos pelos pais, visando à proteção de seus filhos.

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A manauara Angela Aparecida Sudário é mãe e dentro de casa não abre mão de ficar atenta ao que os filhos fazem na internet. "O bom é estar sempre de olho, vendo com quem o filho conversa na web, com quem ele fala em sites de relacionamento pessoal. Tem que estar sempre dando uma olhada no que o filho faz diante da tela do computador, porque um momentinho em que a gente se distrai ele pode fazer algo que não seja muito produtivo. Então, a melhor forma dos pais se protegerem contra essa violência, contra conteúdos inadequados que existem na internet é de guiar, colocar uma proteção no computador, e também orientando eles sobre as coisas boas e as coisas erradas que existem na internet", indicou.

Orientar os filhos é a ferramenta de defesa dos pais e de toda família contra o abuso e a exploração sexual. A psicóloga Suzi Camacho recomenda o diálogo como instrumento de cumplicidade e segurança entre pais e filhos. "É muito importante falar com as crianças: 'olha, vocês vejam e chamem a mamãe; a mamãe nunca vai brigar nem bater'. Porque, normalmente, uma das formas que o explorador usa é inibir as crianças de se colocarem, é assustá-las e mostrar que, se elas contarem alguma coisa para os pais, eles nunca vão acreditar ou então vão se afastar, vão rejeitar, vão bater, vão colocar para fora. Os exploradores colocam uma série de medos. Eles se mostram muito legais, sedutores, então, isso tudo a gente tem que orientar os filhos. Não se deve de forma nenhuma conversar com estranho", alertou a especialista.

DISQUE 100!

Denunciar o abuso é necessário, por mais difícil e doloroso que seja. Criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para receber denúncias de exploração sexual contra crianças e adolescentes, o Disque 100 recebe as informações, que são encaminhadas aos órgãos competentes em até 24 horas. O serviço funciona de 8h às 22 horas, inclusive aos fins de semana e feriados, e a ligação é gratuita.

Colaboração: Rafael Ferro e Isabela Ribeiro