Jogos Olímpicos, a chance da redenção

José Carlos Araújo

28/04/2016 às 14h50 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

Arquivo Pessoal
José Carlos Araújo é locutor esportivo da Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro/RJ, apresentador do SBT Esporte Rio, da TV SBT-Rio e colunista na revista BOA VONTADE.

Dentro de pouco mais de 2 meses — no dia 5 de agosto — começarão os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A tocha olímpica, que representa a amizade entre os povos, já está percorrendo as cidades, até chegar ao seu destino final: a área do Porto Maravilha, no centro do Rio, onde ficará até o encerramento do evento.

Ao todo, a cidade receberá cerca de 10.500 atletas de 204 países. Mais de 20 mil profissionais de imprensa de todo o mundo estarão cobrindo todas as modalidades olímpicas e as imagens geradas aqui serão repassadas para um público estimado em 5 bilhões de pessoas ao redor da Terra.

É a primeira vez que uma Olimpíada será realizada em solo sul-americano e cabe ao Brasil essa primazia. Se é verdade que os Jogos representarão muito para o Rio de Janeiro e o Brasil, também é verdade que os olhos do mundo estarão voltados para tudo o que acontece aqui.

As críticas serão muitas e já começaram. Muitos condenam a poluição da Baía de Guanabara, onde serão disputadas algumas modalidades. A queda da ciclovia recém-construída, com mortos e feridos, chocou, assim como os 11 operários que perderam a vida durante as obras olímpicas.

Tudo isso sem falar nas doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegipty, que o Brasil não consegue extinguir e muito menos controlar.

Mas, com todos esses problemas, fica a chance de oferecer ao mundo um grande espetáculo, capaz de deixar no esquecimento tudo o que ocorreu de negativo. A começar por uma abertura digna da criatividade do nosso povo.

Os Jogos Olímpicos deste ano são uma grande oportunidade para o Brasil se recuperar no futebol. A medalha de ouro, inédita no futebol brasileiro, seria perfeita para encobrir o recente fracasso da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, também aqui no País.

Está ao nosso alcance, mas a seleção, mesmo a olímpica, não chega a empolgar. Pode ser que, com a presença já assegurada de Neymar, o Brasil finalmente suba ao pódio e conquiste sua inédita medalha de ouro. Estaremos jogando em casa, com o carinho e força do entusiasmo da torcida. Não há cenário melhor para que isso aconteça. Basta que dirigentes e comissão técnica se limitem às suas funções e deixem o futebol brasileiro mostrar seu valor.