Saiba quando a ansiedade prejudica o seu filho

Wellington Carvalho

16/08/2017 às 07h15 - quarta-feira | Atualizado em 16/08/2017 às 15h58

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“Ai, mãe! E se eu não conseguir entrar no time de futebol?"; "Pai, e se eu não for bem na prova?". Não são raras as vezes em que questões assim fazem parte do assunto das famílias. É preciso atenção à ansiedade infantil, pois, quando ela deixa de ser normal, as crianças podem sofrer prejuízos que se manifestarão até a vida adulta. Por isso, não deve ser desprezada como algo simples ou momentâneo para a idade.

A ansiedade infantil é o transtorno mais comum em crianças, sendo duas vezes mais frequente que o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o autismo. E vem aparecendo cada vez mais cedo, de acordo com o psiquiatra Fábio Barbirato, coordenador dos departamentos de Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia e da Associação de Psiquiatria do Rio de Janeiro.

Ao programa Educação em Debate*, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, o especialista explicou que a ansiedade é normal, pois faz parte do desenvolvimento da infância.  Mas “ela começa a se tornar patológica quando prejudica o desenvolvimento social ou acadêmico do filho”, ponderou.

Exemplo é quando a criança sofre antes de algo que está planejado, como a apresentação de um trabalho na escola, uma viagem em família e ainda rejeita participar de ações como essas ou simplesmente interagir com as pessoas. As consequências dessa ansiedade excessiva para o corpo são variáveis, mas pais e educadores podem perceber:

— Falta de atenção na escola;
— Sono perturbado (até mesmo com pesadelos);
— Dor de cabeça;
— Enjoo;
— Queda de cabelo;
— Lesões na pele, como psoríase.
— Compulsão alimentar ou falta de apetite.

De acordo com o dr. Barbirato, dentre os prejuízos que a criança pode sofrer na vida, estão “o medo, o pânico, a depressão e até mesmo transtornos mais graves”. Um dos principais fatores que favorecem a ansiedade infantil é o estresse comum no mundo moderno, a correria a qual os adultos estão acostumados, mas as crianças ainda não.

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Colaborando para o assunto, o doutor Abram Topczewski, neurologista da infância e da juventude do Hospital Albert Einstein, explica que atualmente as crianças são encaminhadas a diversas atividades no dia, como aulas de idiomas, música, esportes, cursos profissionalizantes, entre outras, além da escola. “Está ocorrendo uma transferência da vida do adulto para a criança. Estamos tornando a criança adulta antes da hora e, sem dúvida nenhuma, isso leva a uma ansiedade muito grande, porque ela precisa ficar correndo atrás das coisas o tempo todo”, afirma.

Indo ao encontro dessa dica, a doutora e mestre em Educação Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criadas pelo educador Paiva Netto e aplicada nas Unidades socioeducacionais da LBV, salienta o apoio que a Espiritualidade Ecumênica oferece no combate ao estresse e, consequentemente, à ansiedade, por meio da prece: “Somos espíritos eternos, e há um comprometimento das famílias com aquele ser humano integral que está em sua casa; ou seja, temos que buscar um equilíbrio com todo atendimento que se faz necessário nos aspectos físicos, biológicos, emocionais, sem perder de vista todo cuidado com a espiritualidade da criança, envolvendo a oração, momentos de busca de tranquilidade. (...) Não nos privemos do recurso da prece”.

Portanto, além da assistência às necessidades físicas e emocionais, que devem ser acompanhadas pelos pais, educadores e profissionais da saúde, a criança deve receber sempre o incentivo a manter a paz interior, por meio da prece, meditações e diálogos em família. Aliás, até mesmo brincando, já que brincar também é coisa séria. #FicaDica =)