Contra o aborto: boa relação entre pais e adolescentes pode preservar a vida

Janine Martins

03/08/2018 às 09h44 - sexta-feira | Atualizado em 03/08/2018 às 14h28

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A adolescência é uma fase de grandes momentos. A decisão de qual carreira seguir é tomada, o corpo muda, as responsabilidades vêm chegando. Nessa etapa, também é comum alguns jovens iniciarem a vida sexual, que sempre deve ser tratada com muita responsabilidade, afinal, além dos vínculos materiais e espirituais, ela também pode gerar novas vidas. Neste instante, uma boa relação com os pais pode ser um fator decisivo nas escolhas dos jovens. 

No Brasil, cerca de 19,3% das crianças nascidas vivas em 2010 são filhas de mulheres de 19 anos ou menos*. Um bom relacionamento com os pais e uma base familiar sólida fazem muita diferença numa escolha: a decisão pela vida! Quando por vezes uma jovem se encontra grávida nesta idade, é bastante comum que a insegurança fale alto e o despreparo possa levar a atitudes desesperadas, que não são a solução. Já aprendemos com o presidente-pregador da Religião do Terceiro Milênio, Paiva Netto: "A primeira vítima do desespero é o desesperado". 

Quando pegos de surpresa, é importante que os pais reflitam antes de reagir à notícia: “Quando se tem a notícia que um jovem está sendo pai ou mãe precocemente é muito importante você esfriar a cabeça e esclarecer que precisa de um tempo para absorver a surpresa, respirar um pouco, e depois voltar a conversar sobre o assunto”, aconselha a psicóloga Suzy Camacho, autora do livro Guia Prático dos Pais (Paulinas).

Segundo a especialista, neste momento, os pais devem lembrar aos filhos a responsabilidade de cuidar de uma vida: “É sempre importante você deixar bem claro que dará o apoio, mas a responsabilidade da educação, da criação da criança, será sempre do pai e da mãe dela, e não dos avós ou dos outros parentes”. E fato inegável é que, a partir do momento da concepção, há vida! E ela deve ser respeitada, pois como há décadas preconiza o jornalista Paiva Netto: "Em nossa constante preocupação em valorizar a vida, sustentamos que, se a mulher tem direito sobre o seu corpo, o feto também tem sobre o dele". Você pode saber mais sobre o assunto no artigo Pela Vida.

Outro ponto importante é ter um diálogo franco com os meninos sobre este tema. Afinal de contas, a responsabilidade nessa situação é dos dois. “Normalmente, se diz que a menina que se cuide, a menina que vai cuidar da criança. Não! Tem que mostrar que dentro da família o pai também é responsável pela criação. Ou seja, vai ter de cuidar, vai ter de estar junto, vai ter de aconselhar. E daí, dê exemplos de um pai que seja muito positivo dentro dessa família”.

Ainda sobre este assunto, ouça as considerações do ministro-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito, Irmão Marco Dametto.

Diálogo em família

Ter uma relação com confiança com os pais pode ajudar o jovem que se vê nessa situação, assim como em tantos outros desafios e aflições dessa idade. Só que esse vínculo não é criado de uma hora para outra, e precisa ser cultivado no Lar. A recomendação da psicóloga é que isso aconteça em momentos nos quais seja possível um encontro entre os pais e os filhos.

“Principalmente sentados à mesa, durante as refeições, conversar sobre como foi o dia, o que fez, como brincou, quais foram as atividades realizadas. À noite, também, na hora de dormir, é sempre importante dar aquele beijo de boa noite”. Nestes momentos, segundo a especialista, é importante mostrar interesse pelos sentimentos dos filhos: “Perguntar como foi o restante do dia, que sentimento aquela criança está tendo: se ela está feliz; se ela está triste. Se perceber que ela está triste, perguntar por que ela está triste, perguntar o que está acontecendo. Então, é importante criar esse hábito de conversar com a criança que está em formação”.

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O diálogo, aliás, tem papel fundamental nas famílias e em todas as entidades sociais. "No entanto, para a segurança e o desenvolvimento humanamente sustentado de qualquer organização é essencial, por exemplo, que todos os seus componentes, de alto a baixo, aprendam uma grande ciência: a ciência do diálogo", elucida o escritor Paiva Netto, em seu artigo Administrar é chegar antes!.

Sobre o tema e sua importância para as famílias, elucida o ilustre Espírito dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900), numa mensagem por intermédio do sensitivo Chico Periotto: "Muitos casais e muitas famílias se desfazem porque não se preocupam com o diálogo salutar, com a compreensão mútua, enfim, com a presença do símbolo da unidade familiar, cujos arroubos sempre causam transtornos perigosos, problemáticos e danos irreparáveis aos que postulam a sedimentação da família no planeta Terra".