Logística reversa: lucro para a economia, para o planeta e o homem

Saiba mais sobre a modalidade que visa produzir com sustentabilidade econômica, social e ambiental, de modo que não se perca nenhum recurso envolvido na produção

Wellington Carvalho

27/04/2015 às 16h43 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Divulgação
No caso da utilização de retalhos para a logística reversa, a fabricação de porta objetos é um dos vários tipos de produtos que podem ser produzidos.

Já ouviu falar em logística reversa? A princípio podemos considerá-la como uma atividade atrativa para empresários e pessoas preocupadas com o planeta. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, ela é o "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação”.

Em outras palavras, é uma modalidade que visa produzir com sustentabilidade econômica, social e ambiental, de modo que não se perca nenhum recurso envolvido na produção, aproveitando a oportunidade maior de lucro, de possibilidade de emprego, e atenção para com o meio ambiente. A ela agrega a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que lida com a interação entre empresas e governo, e foi instituída no ano de 2010, cuidando dos ciclos de vida dos produtos.

Um bom exemplo de como a logística reversa funciona é o projeto Retalho Fashion, do Sinditêxtil, que deve começar no segundo semestre de 2015. A ideia é aproveitar as 20 toneladas de retalhos que são geradas todos os dias nas confecções do Bom Retiro e do Brás, bairros da capital paulista. Pela logística reversa, esses restos de tecidos podem se tornar insumos importantes para sofás, colchões, mantas, cortinas, e até automóveis — ou seja, são reinseridos, de forma sustentável, ao consumo da população.

Para Túlio Kengi Malaspina, sócio-fundador da ABRAPS (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade), a ideia de uma logística que vise diferentes tipos de sustentabilidade é algo que complementa o papel das empresas. Ao programa Biosfera*, da Boa Vontade TV, ele explica: “Quando você assina um contrato social para abrir uma empresa, você está assinando um contrato com a sociedade. E se você faz um contrato com ela, deve ter alguma representatividade que não seja apenas o lucro, mas trazer algum benefício a mais para ela”.

Túlio acredita que as empresas estão avançando no que diz respeito a produzir com sustentabilidade, até pelo fato do próprio consumidor estar mais preocupado com essa questão. Sobre as décadas passadas, ele relembra que “quando teve o ‘boom’ da sustentabilidade, buscaram, de qualquer forma, um projeto de sustentabilidade em menos de um ano, mas não entendiam como colaborar. A princípio, pensaram: ‘Ah! vamos plantar árvores!’. Mas a sustentabilidade pensa a longo prazo”.

O cidadão comum também pode se inspirar na logística reversa não só para a destinação correta de objetos que consideraria lixo, separando para reciclagem. E isso pode até mesmo partir para o empreendedorismo. No programa Vida Plena, a artesã Vanessa Fernandes ensina como preparar uma necessaire estilo mochilinha. Sabe aquela capa de almofada que não combina com seu sofá novo ou aquela fronha linda que acabou tendo um rasgo? Veja como aproveitar no vídeo abaixo! Essa pode ser uma boa oportunidade para se entreter e até mesmo ter uma nova fonte de renda:
 

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*Pela Boa Vontade TV, o programa Biosfera vai ao ar às segundas e quartas-feiras, às 3h, às 9 horas, às 15h30 e às 23h30. Já o programa Vida Plena, vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 10 horas.