ESPECIAL COP21 — Cidadania solidária e ecumênica

Da redação

23/11/2015 às 15h32 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

Vivian R. Ferreira

Para falar das expectativas que envolvem a 21ª Conferência das Partes (COP 21)*, que se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos naturais extremos, entre estes cheias e secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações. 

Confira nesta reportagem a opinião da supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico. É doutoranda e mestre em Educação pela PUC-SP, conferencista e apresentadora do programa Educação em Debate, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, Suelí Periotto, sobre cidadania solidária e ecumênica. 

Vivian R. Ferreira
Suelí Periotto.

BOA VONTADE — De que maneira as escolas da LBV despertam o interesse de crianças e jovens em adotar uma postura sustentável?

Suelí Periotto — Desde cedo, incentivamos os alunos, por meio da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (saiba mais sobre essa proposta educacional na p. 84), idealizadas por Paiva Netto, a ter uma postura de criticidade, de modo que tudo que aprenderem e em que se envolvam não seja benéfico somente para si, mas também para a sociedade. Se construirmos essa criticidade e mentalidade de proteção ao planeta — que se dá também nas relações com o próximo, em como nos posicionamos na vida daqueles que nos rodeiam —, formaremos cidadãos ambientalistas, independentemente da área em que atuarão, que se preocupam com suas ações para que elas não afetem de maneira negativa nosso orbe.

BV — O mercado de trabalho tem passado a valorizar os bens intangíveis, os do intelecto, os da criatividade... Como a Pedagogia da LBV prepara os educandos para essa realidade?

Suelí Periotto — Tornar o educando partícipe de discussões é um de nossos focos, porque, se ele souber discutir, saberá também sugerir e respeitar. Essa interação favorece o desenvolvimento dos valores. Se há perspectiva de um coração bem formado, além da intelectualidade reforçada, temos mais possibilidades de a sustentabilidade do planeta ocorrer naturalmente, não por imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte. Ao formar-se cérebro e coração, ou seja, raciocínio e sentimento, como apregoa o educador Paiva Netto, haverá inteligência para novas criações e sensibilidade para que se pense em soluções transformadoras e inovadoras.

“Se há perspectiva de um coração bem formado, além da intelectualidade reforçada, temos mais possibilidades de a sustentabilidade do planeta ocorrer naturalmente, não por imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte.”

BV — A escola também precisa incluir o diferente e lidar com ele.

Suelí Periotto — O trabalho educacional da LBV preconiza a Cidadania Ecumênica e Planetária. Temos em nossas unidades situações de alunos vindos de outros países da América Latina, de religiões diversas, com deficiências físicas, e, ali, todo o trabalho é realizado para o bem-estar desses estudantes, não só por meio da estrutura do ambiente, como também da motivação para que eles exponham o que pensam. Esse convívio é muito salutar, porque, ao se olhar para o outro, não se enxergam apenas aspectos físicos ou deficiências, mas aquilo que ele tem de melhor, e isso favorece o relacionamento escolar e ajuda a promover uma mudança: a transformação da sociedade.

Está matéria está disponível na revista BOA VONTADE (edição 240). Adquira seu exemplar pelo telefone 0300 10 07 940 ou baixe o aplicativo gratuito da revista para iOS e Android.

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* 21ª Conferência das Partes (COP 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram-se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.