Inadimplência está em alta; para combatê-la é preciso organização

De acordo com pesquisa, o percentual de famílias com contas em atraso passou de 23,2% em abril deste ano para 23,7% neste mês.

Janine Martins

25/05/2016 às 08h35 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Vivian R. Ferreira

A inadimplência cresceu em maio deste ano. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), encomendada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, divulgado nessa terça-feira, 24, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 23,2% em abril deste ano para 23,7% neste mês.

O que explica esse endividamento? Um dos motivos retratados pelo responsável pela área de indicadores e estudos econômicos da Boa Vista SCPC, Flavio Calife, é o acúmulo de dívidas no começo do ano. “As contas que aparecem no início do ano, IPVA, IPTU, material escolar, se acumulam àquelas parcelas que normalmente os consumidores fizeram nas compras de natal. Isso acaba gerando, muitas vezes, uma capacidade menor de pagamento do consumidor. Por isso que, muitas vezes, a gente vê os indicadores de inadimplência subirem neste período do ano”.

Passou por isso? Nossa dica para que essa situação chata não se repita é que você se organize. Já mostramos aqui que o planejamento é essencial.  O economista Flavio Calife pontua que saber quanto vai gastar, quais despesas são fixas e quais aparecem apenas em alguns meses é essencial para isso.

Caso já se encontre em uma situação complicada, é importante pensar em como renegociar as dívidas e buscar equilibrar de forma que tudo caiba no orçamento. “O primeiro instrumento de planejamento é o orçamento. É importante que o consumidor faça um orçamento para ele do que aconteceu no passado, do que vem acontecendo, e normalmente projetar esse orçamento para o futuro.”

Um exemplo citado pelo economista é o período do início do ano, quando despesas fixas se unem a parcelamentos feitos para as compras de presentes de fim de ano e também eventuais parcelamentos de viagens durante as férias. “Quando se faz as compras de final de ano, já se sabe que em janeiro, fevereiro, março, ele já vai ter contas a pagar, das que ele tem todo ano.”