Família e escola: parceria indispensável na prevenção dos vícios

Da redação

19/06/2015 às 18h33 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Diante do perigo que o lança-perfume turbinado e várias outras drogas, lícitas ou não, oferecem à saúde do corpo e da alma, o trabalho de prevenção dos vícios se mostra extremamente necessário. Ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV, a doutora Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), alerta que “a prevenção e a informação são os fatores mais importantes. É muito comum que o usuário de droga, seja ela qual for, pense que tem domínio sobre ela; mas o ideal é não pensar em experimentar, não desafiar a droga”.

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A união entre as várias esferas da sociedade é passo decisivo para que os vícios não tenham vez: "Percebemos que, toda vez que a família e a sociedade acolhem o usuário, ele consegue se abster do vício. (...) Para a prevenção, a escola também deve participar do circuito, [informando os alunos sobre os riscos das drogas]. ”.

A importância da família

Arte: Felipe Tonin

A conscientização na prevenção aos vícios é um dever de todo mundo, Nesse processo, a família e a escola têm um papel importantíssimo. “As Escolas da LBV têm um resultado excelente: não há drogadição nelas. Mas sabemos que a realidade social é pesada quanto ao assunto. Por isso, sempre falamos com as famílias para que elas também percebam o que os nossos educandos aprendem desde cedo nas nossas Escolas quanto aos vícios”, destaca a a professora Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, da LBV, e doutoranda em Educação pela PUC-SP.

Com o suporte da escola, fica mais fácil para pais e responsáveis repassarem suas orientações às crianças e aos jovens. Afinal, a  curiosidade deles deve ser sanada com informação, sendo atendida de forma satisfatória e, para os vícios nunca devem haver brechas. De acordo com a doutora Solange Nappo, “a informação é muito importante, não só para o jovem ou a criança, mas para a família também, já que ela acaba agindo, muitas vezes, incorretamente quando descobre o consumo dentro de casa, sendo que deveria ser um pouco mais tolerante para com o usuário”.

Daí a importância de se conviver num núcleo familiar sadio, onde haja proteção contra a triste oferta de drogas lícitas e ilícitas. E isso não se restringe a posições socioeconômicas. Ainda ao programa Sociedade Solidária, o representante da ONG Aldeias Infantis SOS Brasil Rogério Lima de Aguiar explica que, para os componentes de um lar terem uma vida bem-sucedida, “a família não precisa ser obrigatoriamente abastada, bem remunerada. Ela tem que ter afeto, saber enfrentar os desafios da vida com responsabilidade, afetividade, compreensão e amor”.

Seguindo essa linha de raciocínio, é muito proveitoso lembrar o que o jornalista Paiva Netto enfatiza, em seu artigo Pais e filhos contra a droga, publicado em centenas de jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior: “Pari passu com as políticas públicas e os cuidados médicos aos usuários em sua luta contra a dependência química, não se pode deixar de lado a devida valorização da família — a atenção dos pais e responsáveis com as companhias de seus filhos e a imprescindível presença da Espiritualidade Ecumênica no diálogo entre pais e filhos”.

O papel da educação

Por isso, essa parceria família-escola é fundamental. Nas Unidades Socioeducacionais da Legião da Boa Vontade (LBV), por exemplo, sempre são difundidas as informações sobre os malefícios das drogas, alertando os atendidos sobre os perigos. “Pelas pesquisas, vamos nos surpreendendo a cada dia com os resultados científicos. Exatamente pra isso, cada aluno faz a sua pesquisa, para que eles mesmos percebam [os riscos] e possam aprofundar o conteúdo”, explica a professora Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, da LBV, e doutoranda em Educação pela PUC-SP.

Aliás, um grande diferencial que a Pedagogia do Afeto (direcionada às crianças de até 10 anos) e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (aplicada aos educandos de 11 em diante) oferecem é a união entre os sentimentos sublimes e à Razão. Assim, é desenvolvida a criticidade junto à Solidariedade, para com as pessoas que, infelizmente, se encontram no mundo dos vícios. “Quando os alunos pesquisam e raciocinam sobre os dados, o sentimento incita a pensar que o viciado não é um perdido. Muitas vezes, quando somente raciocinamos, ficamos desprovidos de um sentimento até de misericórdia com relação àquela pessoa que usa drogas, mas os alunos desenvolvem a empatia sempre pensando em, além de se prevenirem das drogas, como ajudar as pessoas que já se prejudicam fazendo uso delas”, exemplifica a educadora Suelí.

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*Pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV), o programa Sociedade Solidária vai ao ar de segunda a sexta-feira às 18h30 e às 23h30, e aos domingos às 6h30 e às 20 horas.