Confira algumas dicas para distrair seu filho ao viajar

Wellington Carvalho

16/06/2015 às 18h17 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

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"Já está chegando?!”. Ouvir essa famosa frase da garotada durante uma viagem em família é super normal. Mas, o trajeto pode ficar chato para os pais quando os pequenos começam a ficar ansiosos e inquietos perguntando a cada 10 minutos quanto falta para o destino final.  Nossa sugestão é que, além de escolher o destino, você também se lembre de entreter os pequenos e tomar alguns cuidados durante a viagem. =)

De início, é importante saber que a condição cognitiva das crianças faz com que elas tenham esse comportamento de grande expectativa durante as viagens. De acordo com Tania Zagury, mestre em Educação e professora de Psicologia da Educação, Sociologia, Filosofia e Didática, a capacidade da criança em compreender a relação espaço-tempo é diferente da dos adultos — e ainda menor nas crianças mais novas.

Porque elas são tão impacientes? 

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Tania Zagury.

Ao Portal Boa Vontade, ela exemplifica que, faltando apenas 100 quilômetros de um trajeto de 500 km, o adulto consegue deduzir que o destino está próximo. Mas a criança não tem essa concepção do quanto essa distância representa. “Isso pode levar, no mínimo, uma hora, e ela não associa que uma hora tem 60 minutos. São códigos culturais que ela só conseguirá administrar quando estiver com uma certa maturidade, que começa chegar a partir dos 11, 12 anos”, afirma.

Outro fator que acaba deixando a criança na expectativa de terminar logo a viagem é justamente ficar horas e horas sentada. Tania explica que os pequenos sentem a necessidade de movimentar-se, já que isso tem vários significados importantes para o desenvolvimento físico e cognitivo deles. Você, adulto, pode achar que a viagem vai ser maravilhosa mesmo ficando horas sentado, mas a garotada não tem a mesma percepção. Essa energia que os pequenos têm precisa ser gasta. Justamente por isso que, “muitas vezes, combatemos a situação dos pais deixarem suas crianças muitas horas em frente à televisão, jogos eletrônicos ou tablet, já que ela permanece numa inatividade muito grande.”

Não deixe as crianças ainda mais ansiosas

E aqui outra questão que precisa ser atentada: nem sempre é uma boa contar ao seu filho todos os inúmeros lugares e pessoas que ele vai conhecer, bem como atrativos do local, a exemplo de personagens de parque de diversão, ou atividades que ele poderá realizar. Isso porque “quanto mais a ansiedade da criança é estimulada, mais difícil para ela se torna administrar o tempo de espera”.

Por isso, além de não deixarem a criança com taaaanta expectativa em chegar logo ao destino, é muito proveitoso que os pais tentem encurtar o tempo de trajeto, caso isso seja possível. Às vezes, optar pelo avião, que é um meio de transporte bem rápido, pode fazer toda a diferença numa programação em família. Mas, se não couber no orçamento ou o destino não tiver essa opção, temos algumas dicas que você pode colocar em prática. 

Dicas para a viagem passar mais rápido

A primeira delas, apontada por Tania, é nada mais, nada menos, do que uma sacada de inteligência: “Antes de sair de casa, programe um horário em que seu filho costuma dormir. Isso é ótimo”. Sabe aquele dia em que sua criança está voltando exausta da casa dos primos, por exemplo? Que tal viajar algumas horas após ela chegar? Além disso, planeje realizar um trajeto o mais curto e seguro possível. Dependendo da distância, seu filho acordará já no destino.

Lembrando da necessidade que seu filho tem de se movimentar, programe algumas paradas durante a viagem, para que ele possa andar um pouco, além de ir ao banheiro, beber água e se alimentar. Para as pausas no tráfego, dê preferência àqueles restaurantes que contam com playground. Em locais como esse, a criança pode se entreter um pouco com os brinquedos antes de voltar para o veículo, o que é muito bom para liberar a energia. “O escorregador, por exemplo, é ótimo: em dez decidas a criança já liberou toda a energia que estava acumulada e pode voltar para o carro aguentando mais 40 minutos, uma hora de viagem”, aponta a especialista.

Voltando para o veículo, a sugestão maior é entreter a criança com brincadeiras orais. Realmente interagir com ela ao invés de oferecer um DVD ou jogo eletrônico. De acordo com Tania Zagury, “se o seu filho já conhece os números, podem brincar de quem consegue contar mais placas com o algarismo sete, por exemplo. Se ele tem de cinco a sete anos, cantar músicas é algo que dá muito certo”. Para isso, indicamos o Kit Os Milagres de Jesus que, dentre vários atrativos, contém um animado CD de músicas sobre algumas passagens do Evangelho de Jesus, o Pedagogo Celeste.

E lembre-se: conforme destaca a própria especialista, “quanto mais nova a criança, mais devemos alternar as brincadeiras. Isso porque, no máximo, 20 minutos é a capacidade de concentração quando com seis a sete anos, por exemplo”. Então, também aproveite a oportunidade para relembrar histórias de família que seu pequeno desconhece, informá-lo sobre curiosidades que o trajeto pode conter, ou realizar uma competição de charadas. Nessa hora, a sua criatividade faz toda a diferença! =)

BÔNUS: CUIDADOS COM A SAÚDE 

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E já que falamos de viagem prazerosa, por que também não ressaltar os necessários cuidados com a saúde, não é mesmo? Durante o trajeto, nada de oferecer lanches de beira de estrada ou priorizar os produtos industrializados, que tendem a altas concentrações de sódio, açúcares e gorduras. "É mais prático levar frutas, sanduíches naturais feitos em casa, sem conservantes. Um lanche feito em casa com queijo fresco, um requeijão ou geleia, será mais nutritivo e muito menos arriscado", ressalta o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, integrante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Claro que a conservação desse tipo de alimento também precisa ser feita com atenção. Assim, também se evita possíveis enjoos.

Falando em enjoos, procure o pediatra, para que ele prescreva um antiemético. Sair de casa com esse medicamento é uma ação preventiva para evitar que a criança tenha esse tipo de desconforto na viagem. Para potencializar o bem-estar e maior segurança o dr. Sylvio explica que "é importante obedecer às normas dos bancos de acordo com a idade da criança. Um bebê, por exemplo, não terá problema nenhum se estiver na sua cadeirinha”. Ah, e não se esqueça do cinto obrigatório. Dê segurança ao seu filho. =)

Esperamos que essas orientações favoreçam uma ótima viagem à família. Portanto, antes de sair de casa faça uma prece a Jesus, pedindo segurança em todo o trajeto, e aproveite os momentos vividos no destino e também no trajeto.